Com temperaturas em níveis recordes, 2023 foi confirmado como o ano mais quente já registrado no planeta Terra, segundo um relatório do observatório europeu Copernicus divulgado nesta terça-feira (9).
O ano passado teve dias 1°C mais quentes do que na era pré-industrial, com os termômetros nos níveis mais altos dos últimos 100 mil anos.
“2023 foi um ano excepcional, com recordes climáticos caindo como dominós. Não apenas 2023 foi o ano mais quente registrado, como é o primeiro ano com dias 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. As temperaturas em 2023 provavelmente foram as mais altas ao menos nos últimos 100 mil anos”, disse a vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, Samantha Burgess.
O relatório revelou um aquecimento violento, com recordes diários e mensais quebrados e temperaturas passando dos níveis pré-industriais em mais de 2°C.
1,5ºC é considerado o “limite seguro” das mudanças climáticas. Esse é o limiar de aumento da taxa média de temperatura global estipulado para até o final do século a fim de evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem em razão da crescente emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. A taxa é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passaram a afetar significativamente o clima global.
Segundo o Copernicus, o ano passado teve temperatura média global de 14,98ºC, 0,17ºC acima do valor mais alto registrado em 2016 – até então, considerado o ano mais quente. 2023 foi 0,60ºC mais quente do que a média no período de 1991-2020 e 1,48ºC acima do nível pré-industrial, de 1850 a 1900.
Efeito estufa e El Niño
O calor é o resultado das contínuas emissões de gases causadores do efeito estufa, combinadas com o El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.