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39. Voz da Diocese – 29.09.24


Mergulhar na Palavra de Deus!

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Neste último domingo de setembro, a Igreja do Brasil celebra o Dia Nacional da Bíblia. O mês da Bíblia tem sido oportunidade para um mergulho mais profundo no conhecimento da Sagrada Escritura, portadora da Palavra de Deus para nós.

Prezados irmãos e irmãs. A Bíblia é Palavra de Deus. É palavra lembrada, estudada, falada, rezada, celebrada, cantada, ouvida, escrita. É palavra que surgiu da fé, da vida, da caminhada histórica do povo e está voltada ao povo, para fortalecer suas lutas e esperanças. Constituída de 73 livros, 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento, a Bíblia é portadora de uma palavra de vida, palavra que tem valor perene, pois permanece “para sempre” (Sl 119,89) “viva e eficaz” (Hb 4,12), sendo permanentemente “luz” (Sl 119,105) em nossa vida. Ela é a referência segura de nossa vida, pois foi escrita “para a nossa instrução” (1Cor 10,11).

Segundo o Papa Bento XVI, “a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela”. Ao longo de todos os tempos, “o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua força, e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus” (VD 3). Diante disso, recorda-nos o Papa Francisco: “Toda a evangelização está fundada sobre esta Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização. Por isso, é preciso formar-se continuamente na escuta da Palavra. A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar”. Conclui, então, dizendo que “é indispensável que a Palavra de Deus ‘se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial’” (EG 174).

Por isso, somos convidados a nutrir nossa vida cristã com o alimento da Palavra de Deus. Nossa vivência cristã deve ser impregnada pela Palavra de Deus, a ser lida, estudada e meditada constantemente, de modo que oração e testemunho de vida encontrem nela, alimento e luz.

Caros irmãos e irmãs. A Liturgia da Palavra deste domingo, por meio do Livro dos Números (11,25-29), que descreve a caminhada do povo hebreu no deserto rumo à Terra Prometida, narra que Deus foi ao encontro de Moisés e “tomou do espírito que Moisés possuía e o deu a 70 anciãos” e eles “puseram-se a profetizar”. Essa imagem diz que Deus quer que os demais líderes do povo de Israel se espelhem em Moisés e atuem com o mesmo espírito de liderança e luta pela vida e dignidade das pessoas como fazia Moisés. E o desejo de Moisés era “que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu espírito! ” Que todo o povo fosse sujeito de sua vida e de sua história.

O Evangelho (Mc 9,38-43.45.47-48) mostra Jesus ensinando aos seus discípulos. Em primeiro lugar, Jesus afirma que, mesmo que alguém não faça parte do grupo dos Doze, mas se está em sintonia com o seu ensinamento, pode ser seu discípulo: “Não o proibais… Quem não é contra nós é a nosso favor” (Mc 9, 40). Depois Jesus trata do tema da solidariedade. Qualquer gesto, por mais simples que seja, não ficará sem a recompensa. Para Jesus, a solidariedade não se mede pela grandeza do gesto, mas pelo espírito de partilha com que cada gesto é realizado.

Outra preocupação de Jesus é em relação aos escândalos: “Se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar…” (Mc 9,42). Por isso, Jesus disse: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a”; “Se teu pé te leva a pecar, corta-o”; “Se teu olho te leva a pecar, arranca-o” (Mc 9,43-47). São expressões que não devem ser tomadas ao pé da letra. A mão é referência ao trabalho; o pé aponta para os caminhos e projetos que a gente toma na vida; o olho indica a visão que se tem da sociedade, da vida, de Deus. Por isso, o que Jesus pede é que sejamos coerentes com o seu modo de ser e de viver.

Caríssimos irmãos e irmãs. Atentos aos ensinamentos de Jesus que nos são transmitidos pela Sagrada Escritura, procuremos aprofundar sempre mais o seu conhecimento e com isto, colaborar na transmissão dos verdadeiros valores humanos, por palavras e principalmente pela coerência entre nossas palavras e nossas ações. Que a graça de Deus nos ajude a mergulhar neste conhecimento e bem realizar nossa missão.

Deus abençoe a todos e bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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