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42. Voz da Diocese – 20.10.24


Jesus, o missionário por excelência!
– Dia Mundial das Missões –

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. No contexto do mês missionário, vivemos hoje o Dia Mundial das Missões. Inspirada na prática e no testemunho de Jesus, um missionário itinerante e incansável, a Igreja necessita ser permanentemente Missionária. A imagem do Bom Pastor lembra a missão do pastoreio, da evangelização, feita com dedicação e amor pelos agentes de pastoral; e a imagem do Bom Samaritano lembra a missão do cuidado das pessoas doentes e mais necessitadas a ser assumida por todos nós. Pelo Batismo todos somos essa Igreja Missionária enviada por Jesus ao encontro das pessoas, como Ele andava à procura das ovelhas perdidas, com o amor e a misericórdia do Pai.

Prezados irmãos e irmãs. O Evangelho de hoje (Mc 10,35-45) apresenta Jesus, com os discípulos, a caminho de Jerusalém. Trata-se de sua grande viagem missionária, que culmina com sua morte na cruz e sua ressurreição. Por três vezes nesta caminhada Jesus havia alertado seus discípulos a respeito do destino que o esperava e dos que o seguiam. Mas o grupo dos Doze parecia não estar compreendendo as palavras de Jesus. Por isso, nesta viagem, Jesus se dedica de maneira particular à instrução dos discípulos sobre o sentido e as consequências de seu messianismo.

Durante a caminhada, Tiago e João, filhos de Zebedeu (Mc 1,19), que estavam entre os primeiros discípulos chamados por Jesus e participaram com Ele da experiência da transfiguração no monte (Mc 9,2), aproximaram-se de Jesus e fizeram-lhe, mais do que uma pergunta, fizeram uma exigência: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir!” (Mc 10,35). Jesus, plenamente consciente, pede-lhes que informem o seu desejo e eles disseram: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” (Mc 10,37). Tendo a mentalidade da sociedade da época, o pedido a Jesus era pelos lugares de honra no Reino. O que eles queriam eram postos privilegiados, pois achavam-se superiores aos demais. Para Jesus, conforme a proposta do Reino, tratava-se de uma ridícula ambição, pois queriam posições privilegiadas. Eles transferiam para o projeto do Reino de Deus, que Jesus estava trazendo, o modo de pensar e de agir que acontecia na sociedade daquele tempo. Em outras palavras, significa que não haviam entendido nada do ensinamento de Jesus até aquele momento!

Jesus respondeu-lhes: “Vós não sabeis o que pedis” (Mc 10,38). Para Jesus, ninguém que se coloca em seu seguimento deve fazê-lo em vista de privilégios pessoais. O projeto do Reino de Deus é completamente diferente daquilo que se passava na sociedade. Por isso, com grande paciência, Jesus convidou-os a perguntar-se se eles eram capazes de compartilhar seu destino doloroso.

Assim, na sequência, Jesus perguntou-lhes: “Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” (Mc 10,38). Para Jesus, o “cálice” é símbolo da perseguição, do sofrimento e o “batismo” é sinônimo de seu mergulho na condenação à morte de cruz. Eles responderam dizendo “podemos” (Mc 10,39). Com isso afirmaram a Jesus que, “pelo status ou poder”, estavam dispostos a beber de seu cálice e mergulhar em seu batismo! Para Jesus, ter poder é ter a capacidade de entregar a vida para mudar a situação de injustiça e de opressão em que está o povo. Esta é a base para se exercer o poder na comunidade.

Quando os demais ficaram sabendo do interesse de Tiago e João, ficaram indignados, pois também eles queriam tais privilégios. Jesus aproveitou a oportunidade para instruí-los dentro da proposta do Reino que era oposta à da sociedade: “Entre vós não deve ser assim! Quem quiser ser grande seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, o servidor de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10,43-45).

Caros irmãos e irmãs. Na proposta de Jesus, o poder é serviço alicerçado na justiça do Reino. O maior é quem serve os demais. O primeiro é aquele que se faz último. Jesus “oferece a si mesmo como exemplo aos seus. Ele é o Filho do Homem que veio não para ser servido, mas para oferecer, para a salvação de todos os homens, o serviço de sua vida”. Peçamos então, a graça de compreendermos a proposta do Reino anunciado por Jesus e como seus discípulos missionários, sigamos seus passos com desprendimento e coragem, servindo sempre a nossos irmãos e irmãs.

Deus abençoe a todos e bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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