As aulas e a programação da Semana da Pátria foram suspensas na cidade de Charrua, no Norte do Rio Grande do Sul, por conta da tensão gerada em torno do conflito entre dois grupos que ocupam a reserva indígena do Ligeiro.
A suspensão não tem previsão para terminar, uma vez que ainda não há sinalização para o fim do conflito interno que já dura 15 dias. Esse enfrentamento já fez com que cerca de 400 indígenas fossem expulsos da reserva.
Eles chegaram a se abrigar em um prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Tapejara, mas uma decisão judicial determinou que eles fossem levados para um local mais adequado. Agora, eles estão abrigados desde o final de semana no ginásio municipal de Charrua, que fica ao lado de duas escolas.
Para evitar novos confrontos e para manter a segurança, as atividades escolares foram suspensas. Isso fez com que mais de 500 alunos ficassem em casa por tempo indeterminado. A escola que fica dentro da reserva está sem aulas há um mês.
Na reserva, que tem 4,5 mil hectares, vivem mais de 1,4 mil indígenas. Após os conflitos, o cenário é de guerra: marcas de tiros, carros e casas incendiados.
De acordo com os indígenas, o conflito começou por causa de um desentendimento por um trator que foi doado pela Funai. “O filho do cacique não concordou, e começaram esses episódios de violência”, afirmou o capital geral da comunidade, Jacir de Paula.
Já os índios que foram expulsos da reserva cobram uma solução das autoridades para o impasse.
Na tarde de segunda-feira (4) indígenas tiveram um encontro com funcionários da Funai de Passo Fundo. A fundação disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.