O presidente Michel Temer pediu à área técnica do governo estudos que permitam redução no preço do gás de cozinha para beneficiar famílias de baixa renda. Nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, Temer se queixou da elevação dos preços no gás de cozinha e avisou que seu governo está “examinando uma fórmula para compensar esse aumento para os mais pobres”, acrescentando que a medida será adotada logo.
Depois de 12 anos de preços congelados nas refinarias, o gás liquefeito de petróleo (GLP) começou a ter o subsídio gradativamente reduzido a partir de 2016, com o fim do governo de Dilma Rousseff. O sistema subsidiado fora instituído por ela, em 2003, quando ocupava o Ministério de Minas e Energia, no primeiro governo do PT.
De 2003 a agosto de 2015, o preço por botijão cobrado pela Petrobrás das distribuidoras ficou congelado em cerca de R$ 11,50. Até 2016, permaneceu num patamar de R$ 13. O preço cobrado do consumidor final, porém, era bem mais alto.
O histórico dos reajustes mostra que, entre 2003 e 2016, o preço final do gás cobrado pelas revendedoras acumulou reajuste médio de 89%, saltando de R$ 29,35 para R$ 55,60 o botijão. Nesse mesmo período, o aumento realizado pela estatal foi de apenas 16,4%. Atualmente, em Brasília, o preço do botijão de gás está entre R$ 85 e R$ 95.
De acordo com dados do IBGE, o gás de botijão pesa 1,32% no orçamento das famílias, no acompanhamento do índice oficial de inflação (IPCA), que considera família com renda de até 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do País. O peso do gás encanado no orçamento familiar é bem menor: 0,07%.
A preocupação de Temer foi um dos temas de uma reunião nesta sexta-feira, no Planalto, com os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Desenvolvimento Social, Osmar Terra. Embora o modelo, que poderá ser adotado já no mês que vem, não passe por subsídio ao preço do botijão de 13 kg, uma das ideias é introduzir esse valor no Bolsa Família.
Seria uma forma de elevar o valor do benefício, que já estava sendo estudado pelo governo, só que direcionado para o gás de cozinha. O governo informou ainda que não pensa em adotar medidas como vale gás ou uma redução para todos os consumidores.
Na reunião, Temer voltou também a reclamar do aumento exagerado no preço da gasolina em todo o País. O presidente, depois de lembrar que o Brasil adotou o critério de alterar o preço dos combustíveis segundo a variação do preço internacional do petróleo, queixou-se dos aumentos exagerados e disse que, “quando tem aumento, os preços nas bombas aumentam, mas quando tem redução, o mesmo não acontece”.
Fonte: Correio do Povo Online
Via: Jornalismo Rádio Aratiba