“O excesso do consumo do açúcar ao longo da vida aumenta o peso corporal. O excesso de peso e a obesidade estão relacionados a 26 doenças e, além disso, são responsáveis por mais de 60% das ocorrências do diabetes”, aponta Michele Lessa, Coordenadora Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. “Também não podemos esquecer que a obesidade causa 13 tipos de câncer. Ou seja, a chance da pessoa vir a ter problemas ao longo da vida com um alto consumo de açúcar é bem grande.”
Como diminuir o consumo
Seu organismo já está acostumado com aquela quantidade de açúcar e é difícil largar? “O ideal é que a pessoa vá se acostumando aos poucos com cada vez menos açúcar. De começo, é fundamental evitar dar açúcar para crianças menores de dois anos, porque quando elas se acostumam com muito açúcar, o paladar delas, ao longo da vida, vai pedir alimentos mais doces ou mais adoçados”, ensina Michele Lessa.
Se o foco está em uma faixa etária mais avançada, a única maneira é efetuar a mudança de hábito aos poucos. “Adolescentes e adultos que já estão muito acostumados com o sabor doce devem reduzir gradualmente a quantidade de açúcar. O Ministério da Saúde não recomenda substituir o açúcar por adoçante. O Guia Alimentar Para a População Brasileira orienta a população a consumir com moderação o açúcar, o sal, a gordura. Quando nós reduzimos o açúcar, a gente passa a reconhecer melhor o sabor dos alimentos. Notamos, por exemplo, o quanto as frutas são doces”, lembra.
Segundo os dados da pesquisa mais recente da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, nos últimos dez anos o índice do diabetes cresceu 61% em maiores de 18 anos que moram em capitais. “Além de diminuir a qualidade de vida das pessoas, o diabetes traz várias complicações ao longo da vida, como problemas renais e aumento da mortalidade. Sem falar que aumenta os custos do Sistema Único de Saúde (SUS). A pessoa que tem diabetes ou outras doenças crônicas falta mais ao trabalho, gera dor, sofrimento e um custo maior no orçamento familiar, ou seja, acaba impactando o País como um todo”, ressalta Michele.