Pequenos esquecimentos, como o local em que estacionamos o carro ou a última vez que utilizamos o cartão de crédito, são exemplos suficientes para darmos a devida importância à memória. Embora as falhas sejam mais frequentes a partir dos 60 anos, a sua queixa não é necessariamente sinônimo de uma doença neurológica mais grave e há sempre o que fazer em momentos desesperadores de “brancos”.
Para Gislaine Gil, neuropsicóloga e coordenadora do Programa de Estímulo à Atenção e à Memória do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é importante ressaltar que a memória não é uma função isolada do cérebro e que o indivíduo não apresenta uma única memória, e sim várias, distribuídas em regiões cerebrais distintas.
Para melhorar o desempenho da memória, é necessário conhecer e entender sobre seus diferentes tipos.
Memória de curto prazo: É a memória com duração de alguns segundos ou minutos. Neste caso existe a formação de traços de memória. O período para a formação destes traços chama-se “Período de consolidação. Um exemplo desta memória é a capacidade de lembrar eventos recentes que aconteceram nos últimos minutos.
Memória de longo prazo: É a memória com duração de dias, meses e anos. Um exemplo são as memórias do nome e idade de alguém quando se reencontra essa pessoa alguns dias depois. Como engloba um tempo muito grande, pode ser diferenciada em alguns textos como memória de longuíssimo prazo, quando envolve memória de muitos anos atrás.
Memória de procedimentos: É a capacidade de reter e processar informações que não podem ser verbalizadas, como tocar um instrumento ou andar de bicicleta. Ela é mais estável, mais difícil de ser perdida.
Dicas
– Faça palavras cruzadas, que aumentam o conhecimento de fatos históricos e enriquecem o vocabulário.
– Trabalhe com duas situações simultaneamente: se você tem de tomar um remédio em um tempo específico, por exemplo, às 21 horas e sabe que, neste momento, estará assistindo à novela, deixe os remédios na frente da televisão e não na pia do banheiro, onde você nem irá passar.
– Algumas vezes, durante o dia, pare a atividade que está realizando e se pergunte: “O que eu estava fazendo antes desta tarefa?”. Também escreva na agenda todas as atividades realizadas e, antes de dormir, retome em sua memória tudo que foi feito, com o maior número de detalhes possíveis.
Procure inserir todas estas estratégias no seu cotidiano, mas, se ainda sentir necessidade de aprender outras técnicas para desviar-se dos lapsos de memória no dia a dia, consulte um médico. Com o suporte de especialistas, é possível traçar estratégias para diminuir o estresse, melhorar o sono, saber sobre os perigos da interação medicamentosa, além de ter recomendações de dietas e exercícios físicos específicos, com a finalidade de melhorar o desempenho cognitivo.
Exercícios para a memória no momento da leitura
Concentração: quando estamos lendo um texto, muitas vezes temos de retomar o parágrafo, pois percebemos que estamos lendo, mas não estamos compreendendo. Neste momento, podemos analisar se não estamos com excesso de estímulos interferentes ao redor, pois estes podem prejudicar a concentração da leitura.
Ambiente tranquilo: para a leitura de um documento importante, dirija-se a um ambiente em que não há interferências (não há televisão ligada, o telefone não toca incessantemente e sem pessoas falando ao redor). Mantenha a postura correta na cadeira, para que o incômodo provocado pela má postura não o deixe irrequieto e atrapalhe a compreensão do texto.
Absorvendo a informação mais importante: use uma folha de papel em branco para tampar as linhas que você ainda não está lendo, ou seja, visualize uma linha por vez e tente sinalizar, com uma caneta marca texto, pelo menos duas palavras importantes de cada parágrafo e depois releia as palavras grifadas para absorver melhor a informação.