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A 30 dias da campanha, partidos buscam se adaptar às restrições da pandemia

A 30 dias do início da campanha eleitoral, os principais partidos do Estado ainda discutem como conciliar a necessidade de estar junto aos eleitores com a obediência aos rigorosos protocolos de distanciamento social. Numa eleição em que o tradicional aperto de mão pode resultar em contaminação por uma doença que já matou mais de 3 mil gaúchos, os cuidados estão sendo redobrados.

Com mais de 300 candidatos a prefeito, o MDB tem procurado especialistas para discutir as formas mais seguras de conduzir a campanha. Médicos, cientistas políticos e sociais, entre outros profissionais estão sendo ouvidos em conferências virtuais com o objetivo de orientar as ações de rua e de redes sociais. Já foram consultados o cardiologista Fernando Lucchese, o sociólogo Fernando Schuler, o economista Ricardo Paes de Barros, entre outros. Na próxima semana, será a vez do ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung.
— Estamos tentando entender como será a lógica da campanha em meio à pandemia. Não tem receita de bolo. A ideia é buscarmos um norte para o comportamento na pandemia e no pós-pandemia, inclusive com políticas sociais e econômicas — afirma o presidente estadual da legenda, deputado Alceu Moreira.

No MDB, a maioria das convenções, a partir de segunda-feira, ocorrerão pela internet. Só haverá evento presencial onde há disputa entre dois pré-candidatos.

No PP, legenda com 143 prefeitos e o dobro de candidatos, a orientação é realizar as convenções com a presença dos dirigentes, porém com consulta prévia às secretárias municipais de saúde e uma série de regras de convívio social.

Conforme o presidente estadual, Celso Bernardi, no Interior os diretórios tem no máximo 50 integrantes e a presença dos convencionais será separado por horários para evitar aglomerações. A orientação é para não haver discursos – somente nos cerca de 20 municípios onde há previsão de prévias, ainda assim por tempo reduzido.

— Será uma campanha completamente diferente de todas, sobretudo para os políticos do PP que sempre saíram às ruas, olho no olho e apertando a mão das pessoas. Agora, só de máscara e de longe. Em primeiro lugar, está a saúde — pondera Bernardi.

No PT, as convenções serão todas online, sem reuniões presenciais. Conforme o presidente, Paulo Pimenta, ainda não há um protocolo estabelecido pelo partido para a campanha de rua. A direção pretende esperar as próximas semanas para analisar o comportamento da pandemia. A regra geral é obedecer todos os padrões determinados pelas autoridades sanitárias.

— Estamos aguardando para ver se vai sair alguma orientação da justiça eleitoral, mas não tem como fazer reunião, aglomeração. A campanha de rua terá de ser com pouca gente, todo mundo de máscara — resume Pimenta.

No PDT, o presidente Pompeo de Mattos tem sugerido aos diretórios municipais que evitem ao máximo qualquer evento presencial. De acordo com o deputado, algumas convenções serão realizadas com os dirigentes votando de dentro do carro, sem maior contato com os correligionários. Para o deputado, o comportamento do candidato será fundamental para o resultado das urnas.

– O candidato tem de ser o mais cauteloso. Imagina se ele pegar a doença, pode estar contaminando os eleitores. Todo mundo vai estar muito atento aos protocolos de saúde – pondera.

Na maioria dos partidos, há uma esperança de que o volume de contágio reduza nas próximas semanas, arrefecendo a pandemia. Ninguém acredita que dará tempo para a realização de grandes eventos, mas há uma expectativa de que pelo menos haja segurança para atividades de rua mais intensas.

– Estamos num labirinto. É preciso paciência para sair e o candidato deve ter consciência de que, mais do que nunca, o eleitor merece todo o nosso respeito – afirma Bernardi.

SourceGauchaZH
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