Excesso de guloseimas, gordura, fastfood, salgadinhos e falta de regra na alimentação é o tipo de dieta que tem levado uma em cada três crianças ao sobrepeso. E esses quilinhos a mais podem acarretar em doenças como diabetes, hipertensão, colesterol alto e problemas cardíacos, chamadas de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que atualmente são responsáveis por 74% das mortes no Brasil, segundo o ministério da Saúde. Quem explica essas informações é a especialista em gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo, Soraia Tahan, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. A especialista afirma que o hábito alimentar da criança é aprendido com a família e deve ser ensinado desde os primeiros alimentos ingeridos pela criança.
“A criança aprende o hábito alimentar com a família e se a família não tiver um hábito alimentar saudável – e esse ensino tem que ser realizado desde os primeiros alimentos que a criança ingere – essa prevenção da obesidade, com os melhores alimentos promovendo uma alimentação saudável. Então, desde o início da vida, a criança já vai aprendendo com os alimentos e depois que a criança vai se tornando maior, e convivendo socialmente com a família, dependendo do hábito alimentar que a família tenha e de como é esse hábito, a criança vai incorporar isso pelo resto da vida.”
Para reeducar a alimentação da criança, a pediatra Soraia Tahan ensina aos pais e familiares maneiras eficientes que podem ajudar nesse processo. Um deles é usar a criatividade na apresentação dos alimentos, colorir o prato e deixar mais atrativo. Não proibir o consumo de guloseimas e sim incluir um dia da semana que a criança possa comer, cozinhar juntos e colocar verduras, para que a criança tenha interesse em ingerir o que preparou. E também determinar horários para as refeições.
“Outra coisa que deve ser feita é estabelecer horários para as refeições. É importante que haja uma rotina alimentar para a criança, e não assim: a criança vai lá, pega, um salgadinho. Não é isso. Você tem que estabelecer os horários do café da manhã, do lanche, do almoço, o lanche da tarde, o jantar e eventualmente a ceia – depende da faixa etária. Então tem que ter o estabelecimento de uma rotina e isso vai ser incorporado para a criança, essa rotina alimentar.”
A especialista Soraia Tahan acrescentou ainda que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade é essencial e previne a criança de, no futuro, chegar à obesidade.