O município de Aratiba decretou, nesta terça-feira (28), situação de emergência em decorrência das perdas causadas pela estiagem. A prefeitura trabalha sem parar para abastecer propriedades do interior, tanto com água para consumo humano, quanto animal.
“Situação preocupante e assustadora”. Com estas palavras, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Joarez Miechuanski, definiu o momento da estiagem no município.
Levantamento técnico em parceria com a Emater-RS/Ascar já aponta perdas superiores a R$ 59 milhões na agricultura.
Tal impacto levou o prefeito, Gilberto Hendges, a assinar, na manhã desta terça-feira, o decreto de situação de emergência no município.
A falta de chuvas impacta todos os setores agrícolas e também o abastecimento de água para famílias do interior.
Nas lavouras, as maiores perdas estão no setor de milho grão, com cerca de R$ 25 milhões (70%), milho silagem, com mais de R$ 19 milhões (60%), soja, com mais de R$ 4,9 milhões (30%), bovinocultura de leite, com cerca de R$ 3,6 milhões (50%), e citricultura, com R$ 3,1 milhões (40%) em prejuízos. Setores como gado de corte e olericultura, com 60% cada, também registram perdas significativas. As autoridades aguardam ainda para calcular os impactos também na safrinha de feijão.
Joarez Miechuanski explicou que a prefeitura tem colocado as máquinas das secretarias de Agricultura e Obras a disposição dos produtores para tentar amenizar os impactos da estiagem.
“São fontes, rios e açudes que estão secando. Nós estamos trabalhando com drenagem de fontes e até mesmo atuando em poços artesianos para garantir maior vazão. Nossa prioridade é voltada a este setor que está sendo atingido de maneira extrema”, destaca.
Além das lavouras de grãos, a bovinocultura de leite e corte também está sendo impactada de maneira significativa. Suínos e aves, onde os produtores possuem acesso a água de poços artesianos, as demandas são menores.
De acordo com o laudo técnico emitido pela prefeitura em parceria com a Emater-RS/Ascar, o potencial de dano futuro é alto em caso de permanência do déficit hídrico.
Aproximadamente 980 famílias rurais, de 39 localidades, sofrem algum tipo de perdas em função da estiagem, inclusive, com a falta de água para o consumo humano e animal.
Na bovinocultura de corte, o laudo aponta ainda que o potencial de prejuízo futuro é elevado em função do início do ciclo reprodutivo que, em razão do déficit nutricional do rebanho, irá diminuir a taxa de prenhes e consequente o número de animais nascidos no próximo ano.
As lavouras de milho estão entre as mais atingidas, sendo que diversas foram impactadas na fase de floração, polinização e enchimento de grão, sendo a fase mais crítica para a cultura. O plantio da safrinha também está comprometido devido a falta de umidade para o plantio.
Na soja houve atraso no plantio devido ao déficit hídrico e áreas plantadas tem a ocorrência severa em morte de plantas, comprometendo significativamente a produtividade.
Na citricultura, além da queda dos frutos, morte de plantas, a estiagem provocou a redução no calibre e, por consequência, a redução de peso dos mesmos, ocasionando a diminuição da produção.