Santa Catarina não é um estado autossuficiente na produção de milho e o produto está registrando fortes altas. Estes dois fatores vêm preocupando o setor de agronegócio do estado, que já projetam grandes dificuldades para os próximos meses, inclusive com a possibilidade de quebrar as pequenas indústrias e também os produtores.
A saca de milho de 60 quilos atingiu R$ 41,86, acumulando alta de 22,4% apenas em janeiro ou de quase 60 por cento em 12 meses. O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura e do Sindicarne, Ricardo Gôuveira, confirmou a preocupação em entrevista ao jornalismo das rádios Rural e 96 e disse que algo precisa ser feito de imediato para evitar que o setor seja ainda mais prejudica por conta desta alta.
Reuniões envolvendo representantes do agronegócio e governantes já ocorreram nestes últimos dias como forma de buscar alternativas para evitar que o alto preço do milho continue a prejudicar os negócios em Santa Catarina, como explica o diretor. Os dois assuntos abordados foram: leilões de venda de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e concessão de subsídio de 10 reais por saca de milho transportada do Centro-Oeste para Santa Catarina, a ser deduzido dos créditos de PIS/Cofins que as indústrias da carne têm junto à Receita Federal.
Os preços elevados devem-se principalmente ao aquecimento das exportações. A alta do dólar frente o real tem tornado o produto brasileiro muito competitivo no exterior. Na terça-feira, a consultoria Agroconsult alertou que o mercado brasileiro pode enfrentar nova escassez de milho no segundo semestre de 2016, com possibilidade de importar alguns volumes dos Estados Unidos e da Argentina, em função de uma safra praticamente estável e de mais uma temporada com fortes exportações.