Em 2024, o Brasil recuperou a oitava posição no ranking global de produção de veículos, ultrapassando a Espanha. O avanço de 9,7% levou a produção nacional a 2,55 milhões de unidades, segundo dados da Oica, apresentados pela Anfavea. Apesar dessa recuperação, o setor ainda enfrenta dificuldades para retornar aos níveis pré-pandemia, como os 2,94 milhões de unidades fabricadas em 2019.
A Anfavea também destacou que, embora a posição no ranking tenha melhorado, a produção brasileira ainda é impactada pela concorrência externa e pela ausência de políticas efetivas de proteção ao mercado interno. Segundo a entidade, marcas estrangeiras, principalmente chinesas, vêm ganhando espaço no Brasil, enquanto as montadoras nacionais perdem mercado em destinos importantes de exportação.
A Argentina desempenhou um papel crucial para minimizar os impactos negativos em 2024, aumentando em 48% as compras de veículos brasileiros. Esse crescimento foi essencial para conter a queda das exportações totais da indústria automotiva, que recuaram apenas 1,3% no ano passado.
Para 2025, a Anfavea tem como prioridade pavimentar o caminho para atingir novamente a marca de 3 milhões de unidades produzidas. Entre as ações discutidas estão o programa de renovação de frotas e a recomposição imediata das tarifas de importação para carros híbridos e elétricos. A entidade defende que essa medida é essencial para proteger o mercado nacional e estimular investimentos na indústria local.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, alertou para o impacto das importações excessivas no setor. Segundo ele, é urgente que o Brasil adote políticas semelhantes às de outros países, que têm elevado tarifas de importação para proteger suas indústrias. “Houve um excesso de importação. O mundo está elevando suas tarifas, e o Brasil precisa seguir o mesmo caminho para garantir sustentabilidade ao setor automotivo”, afirmou.
Apesar dos desafios, as previsões para 2025 são otimistas, com uma projeção de crescimento de 7,8% na produção, alcançando 2,75 milhões de unidades. Contudo, o setor automotivo brasileiro ainda precisará superar barreiras significativas para atingir novamente os patamares de produção registrados antes da pandemia.