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As crianças e a tensão pré-avaliação

Dia de prova, e agora? Bastam as avaliações escolares se aproximarem para que as crianças comecem a entrar em pânico. Tal ato é um misto de sentimentos, como o medo, a frustração e a preocupação. Para Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar, esse é um processo delicado em que o professor deve estar atento, já que para os alunos, o dia da avaliação é esperado com estresse e nervosismo.

“Para eles a avaliação é a identificação de julgamento do certo ou errado de maneira extrema, é aquela que rotula e é evasiva aos colegas, que por instantes também constroem suas relações partindo dessa visão”, explica a especialista. Toda essa ansiedade e tensão pré-avaliação, podem acabar levando a criança a níveis de stress fora dos padrões para a idade. Podendo desencadear ainda, alguns sintomas demasiados, entre eles enjoo, diarreia, pressão baixa, taquicardia, sensação de desmaio, choro e sentimento de incapacidade.

Para Ana Regina, uma criança de oito anos que no dia da prova já acorda estressada, mal-humorada, fala para os pais que está nervosa, não consegue comer, mesmo tendo estudado a matéria, não é rara hoje e deve chamar nossa atenção para a questão. “Os exemplos são vários, e por hora vivenciamos alguns deles enquanto professores. Marcos, garoto inteligente precisava de uma nota alta em física, mas tinha um professor que lidava de maneira muito dura no dia da avaliação. Qual foi a sua reação? Crise de choro do começo ao fim da avaliação e o seu resultado foi abaixo do seu potencial”, detalha.

Segundo a professora, estes exemplos e fatores chamam o professor a uma reflexão sobre os métodos de avaliação atuais e como podemos melhora-los. Ela afirma ainda, que não existe um culpado para a situação, mas sim, um conjunto de fatores que devem ser avaliados e se possível melhorados, para que alunos e professores não sofram. “Minha preocupação está no fato do professor ser a porta de entrada e de abertura ao novo, pois é ele que acompanha o aluno do primeiro ao último dia de aula. Se essa mediação não acontece de maneira tranquila, alguns problemas, como os já citados, podem ser revelados e precisam ser encaminhados para soluções adequadas, evitando assim maiores prejuízos”, completa Ana Regina Caminha Braga.

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