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Brasil caminha para se tornar novo epicentro do coronavírus no mundo

Enquanto muitos países ocidentais observam a redução da curva epidêmica do coronavírus, o Brasil caminha para se tornar, nas próximas semanas, o novo epicentro mundial da pandemia — uma nação com grande número de novas infecções e mortes, segundo dados coletados até as 12h desta quinta-feira (3).

Até esta sexta-feira (1º) o Brasil era o 10º país com mais casos e o oitavo em total de mortos, segundo dados da Universidade John Hopkins. Neste domingo, o Brasil se tornou o 9º país com mais casos confirmados, com a 7ª posição em mortes. Atingimos 101.147 casos confirmados e 7.025 mil mortes — nos últimos dias, ultrapassamos o total de casos e de vítimas da China, onde vivem mais de 1,4 bilhão de pessoas. Nesta sexta, passamos o Irã e a Alemanha em total de óbitos.

O cenário vem piorando nos últimos dias e deve se deteriorar mais: neste momento, temos a maior taxa de contágio de covid-19 dentre 48 países analisados pelo Imperial College de Londres. Quanto maior o número, maior a velocidade de transmissão e o risco de lotação de hospitais.

Na segunda-feira (26), cada brasileiro infectado transmitia o vírus para 2,8 pessoas. Nos Estados Unidos, a taxa é de 0,98; no Reino Unido, de 0,72; na Alemanha, de 0,8 – nos três países, a curva está estabilizada.

Resultados do Imperial College são usados por governos do mundo todo para nortear decisões sobre relaxar ou não medidas de isolamento. No geral, autoridades decidem retomar serviços quando o índice é abaixo de 1.

A universidade inglesa viu que, além do Brasil, oito países têm curva epidêmica ascendente: Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia. Mas só Brasil e Estados Unidos devem registrar mais 5 mil novas mortes por covid-19 na próxima semana.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu na quinta-feira (30) que o país deve registrar mil novas mortes diárias nos próximos dias — ao menos 400 vítimas vêm sendo contabilizadas diariamente. Antes de deixar o cargo, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que maio e junho seriam os meses “mais duros” da epidemia no Brasil.

— Para não ser epicentro, é preciso ter diagnóstico amplo da população, medidas de restrição, suporte hospitalar e padronização de medidas. O Brasil não tem nada disso. A situação ainda vai piorar muito, temos tudo para ser um epicentro, ainda mais tendo a maior taxa de contágio do mundo. Para piorar, existe subnotificação, o inverno está chegando, há uma massiva desinformação do público e as quarentenas estão sendo suspensas — afirma Paulo Brandão, professor de Virologia da Universidade de São Paulo (USP).

A universidade inglesa viu que, além do Brasil, oito países têm curva epidêmica ascendente: Canadá, Índia, Irlanda, México, Paquistão, Peru, Polônia e Rússia. Mas só Brasil e Estados Unidos devem registrar mais 5 mil novas mortes por covid-19 na próxima semana.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu na quinta-feira (30) que o país deve registrar mil novas mortes diárias nos próximos dias — ao menos 400 vítimas vêm sendo contabilizadas diariamente. Antes de deixar o cargo, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou que maio e junho seriam os meses “mais duros” da epidemia no Brasil.

— Para não ser epicentro, é preciso ter diagnóstico amplo da população, medidas de restrição, suporte hospitalar e padronização de medidas. O Brasil não tem nada disso. A situação ainda vai piorar muito, temos tudo para ser um epicentro, ainda mais tendo a maior taxa de contágio do mundo. Para piorar, existe subnotificação, o inverno está chegando, há uma massiva desinformação do público e as quarentenas estão sendo suspensas — afirma Paulo Brandão, professor de Virologia da Universidade de São Paulo (USP).

Outro dado que indica agravamento de cenário brasileiro é que, na terça-feira (28), o país foi a terceira nação com mais novas mortes registradas em um único dia, atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido, segundo dados da John Hopkins e do Worldometers, que produz estatísticas com base em fontes oficiais de cada país. No dia seguinte, o Brasil ficou em quarto lugar, atrás da Espanha, mas retomou o terceiro lugar nesta sexta-feira.

Agrava o cenário o fato de o Brasil testar apenas pacientes graves e profissionais da saúde com sintomas — o número real de casos, portanto, é muito maior. No Rio Grande do Sul, para cada confirmação de coronavírus há 12 pessoas não diagnosticadas, mostra pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que será expandida para o país inteiro. Outras nações têm políticas de testagem mais amplas, o que leva a estatísticas mais próximas da realidade.

Epidemiologistas pontuam que, como Brasil tem uma das maiores populações do mundo, com 210 milhões de habitantes, um grande número de vítimas já é esperado.

SourceGaúchazh
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