Desde o início das enchentes severas no Rio Grande do Sul, em 2023, o Regional Sul 3, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem atuado fortemente para auxiliar os flagelados e mitigar os danos causados pela catástrofe climática.
Uma ampla mobilização foi realizada pelas Arquidioceses e Dioceses, por meio das paróquias e comunidades cristãs, para abrigar a população em instituições católicas, além de reunir, separar e distribuir doações. Uma grande corrente de solidariedade foi criada para abraçar quem precisava. Outra frente de atuação foi a arrecadação de recursos.
“A CNBB Sul 3 colocou à disposição uma conta bancária para depósito de
doações aos desabrigados. Foi criada uma comissão com os bispos das 10 dioceses (mais) atingidas para gerir os recursos recebidos, que são liberados mediante projeto com especificações da aplicação dos recursos, bem como comprovação contábil. Todos os projetos são aprovados pela presidência e os valores são depositados nas contas indicadas”, explicou o secretário executivo da CNBB Sul 3, Padre Rogério Ferraz de Andrade.
Em 2023, foram arrecadados mais de R$ 1 milhão por meio desta campanha da CNBB Sul 3. Naquela época, as dioceses mais atingidas receberam os recursos e os repassaram por meio de projetos que beneficiaram as famílias afetadas e as comunidades locais.
Neste ano, até julho, a campanha, que foi fortalecida e amplamente divulgada em níveis local, estadual e nacional, angariou R$ 16 milhões. Cerca de 1,2 mil famílias já foram contempladas com esses recursos.
Diante das consequências profundas da catástrofe climática, a CNBB Sul 3 entendeu que a verba deve ser aplicada em três dimensões. A primeira é voltada para a ajuda emergencial e sanitária, com a compra de equipamentos de proteção, alimentos e água para os atingidos. No segundo momento, o foco será a habitação e moradia, adquirindo utensílios domésticos, por meio da Cáritas, para as famílias que perderam móveis e eletrodomésticos. Por fim, serão desenvolvidos projetos no âmbito da saúde mental.
“Pretende-se apoiar as pessoas não apenas na recuperação dos bens, mas também no bem-estar psíquico e afetivo das famílias atingidas”, afirmou o Pe. Rogério.
O trabalho promovido pela CNBB Sul 3 não tem prazo de encerramento, pois as consequências da catástrofe climática ainda vão acompanhar os gaúchos por um longo período. “Há cidades que foram destruídas,famílias que perderam tudo e muitas instituições educativas, comunidades paroquiais e centros de atendimento aos mais vulneráveis que ficaram danificados, impedindo a continuidade da ação apostólica e solidária da Igreja. Pensamos ser muito importante continuar com a arrecadação, pois ainda há muito a ser feito, e a maior parte das pessoas espera nosso auxílio e apoio”, indicou o
Pe. Rogério.