De acordo com a Emater, o período de plantio do milho, ocorre, normalmente, de 20 de agosto a 20 de janeiro. A colheita, entretanto, inicia no mês de fevereiro, mas já é possível notar e fazer um diagnóstico da produção que, neste período, sofreu queda na região do Alto Uruguai. De acordo com o coordenador geral do Sindicato Unificado dos Trabalhadores Rurais do Alto Uruguai, Douglas Cenci, existem vários fatores que influenciaram na produção, alguns com mais expressão outros com menos. “Tivemos no início da safra alguns dias de frio e chuvas excessivas durante todo o período. Nos últimos dias a falta de chuva começa a preocupar, pois em alguns municípios fazem mais de dez dias que não chove”, explicou o coordenador.
Entretanto, Cenci destaca que o fator que mais contribuiu na queda do volume de produção foi a redução de área plantada que afeta todo país. “A falta de perspectivas no preço do milho no início da safra e a alta no preço da soja, aliado a alta dos insumos (no caso do milho encarece mais do que a soja), fizeram que muitos produtores não plantassem milho e sim soja. Isso significa que teremos a menor produção desde 2005, sendo 4,6% menor em relação a 2015. A redução da área plantada no Rio Grande do Sul deve ficar em torno de 14% menor neste ano”, afirmou o líder sindical.
Através de uma nota da assessoria de comunicação da Aurora Alimentos, a cooperativa alerta que “o elevadíssimo custo do milho está inviabilizando dezenas de pequenas e médias indústrias frigoríficas e tornando insolventes milhares de produtores rurais. “A nota adverte ainda que o governo cometerá um grave erro se considerar essa crise apenas um problema de mercado. Segundo a mesma fonte a avicultura e a suinocultura industrial são os setores que empregam intensa mão de obra no campo e nas indústrias de processamento e a crise do milho, além de elevar os preços ao consumidor do produto final, poderá provocar desemprego em diversas cidades e queda da renda do meio rural.