22.5 C
Aratiba
sábado, 23/novembro
Player de Áudio Responsivo
InícioGeralDezembro é o mês com mais mortos por covid-19 no RS

Dezembro é o mês com mais mortos por covid-19 no RS

Com quase 1,9 mil vítimas, dezembro de 2020 foi o mês com mais mortos pelo coronavírus no Rio Grande do Sul, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Médicos destacam que o recorde não é apenas registro do passado, mas a antessala para uma provável piora da pandemia no Estado em janeiro, após as festas de fim de ano.

Dezembro teve 16% mais mortes do que agosto, até então o mês mais mortífero da pandemia no RS, e 62% mais vítimas do que novembro. Outubro fora um curto período de respiro no qual a situação melhorara no Rio Grande do Sul após o inverno. Desde março, mais de 9 mil pessoas morreram por covid-19 no Estado.

A piora da pandemia no último mês do ano passado também é uma tendência nacional:  no Brasil, dezembro teve 65% mais mortes por covid-19 do que em novembro.

Comparado a outros Estados brasileiros, o Rio Grande do Sul tem, nos últimos sete dias, o quarto maior número de mortos a cada 100 mil habitantes, atrás apenas de Mato Grosso do Sul, Rondônia e Espírito Santo.

No histórico da pandemia, o RS tem o sexto menor número de mortes, levando em conta o tamanho da população – em melhor posição estão Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Paraná e Santa Catarina, ainda conforme dados do Palácio Piratini.

A pandemia no Rio Grande do Sul está também pior do que em países europeus. Na última semana, o Estado contabilizou 4,06 mortos a cada cem habitantes, o dobro da média nacional e pior do que França (3,51) e Espanha (2,17), ainda segundo dados do Piratini. No histórico da pandemia, já tem proporcionalmente mais mortos do que Portugal.

Analistas entrevistados por GZH afirmam que o recorde de dezembro aponta como causas mais aglomerações, no geral, e também consequências das eleições – ainda que estas não devam ser apontadas como as únicas culpadas.

É preciso levar ainda em conta o cansaço da população, a falha em comunicar os riscos do coronavírus e a limitação do modelo de distanciamento controlado desenhado pelo Palácio Piratini, avalia o médico Eduardo Sprinz, chefe do setor de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

—  Tivemos nove meses para ensinar à população como se comportar. Falhamos. E obviamente esse recorde também mostra que o modelo de distanciamento controlado não funciona. Demos uma falsa impressão de que o ambiente estava mais seguro, o que nunca ocorreu. Você aumenta a capacidade de UTIs e isso muda o cálculo das bandeiras — diz Sprinz.

A estabilização da pandemia em outubro aconteceu em patamares muito altos, o que favoreceu a aceleração da doença assim que a população começou a viver como se tudo estivesse normal de novo, diz o médico Ronaldo Hallal, consultor do Comitê Covid-19 da Sociedade Sul-Riograndense de Infectologia (SRGI).

Para janeiro, médicos esperam um mês de maior pressão sobre o sistema de saúde e de mais recordes de mortes como efeito das aglomerações de fim de ano e das viagens de férias. As infecções devem ser em etapas: jovens passam para jovens, e estes passam para pais, avós e familiares em grupos de maior risco.

— No Natal e no Ano-Novo, as pessoas fizeram festas e houve aglomerações. Com a intensidade com que o vírus circula, as pessoas obviamente estão sendo contaminadas, a maior parte sendo jovens. A partir da semana que vem, provavelmente veremos um aumento de diagnósticos novos. Na outra semana, deve aumentar mais e, daqui a quatro semanas, veremos aumento das formas mais graves de covid em hospitais — diz o médico infectologista Eduardo Sprinz, do Hospital de Clínicas.

SourceGZH
QUEM VIU ESTA NOTÍCIA, TAMBÉM LEU:
- Publicidade -

ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES

Recent Comments