A presidente Dilma Rousseff reiterou várias vezes, durante pronunciamento nesta segunda-feira (18) no Palácio do Planalto, que se sente injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo de impeachment ao qual responde.
Por 367 votos a 137, os deputados aprovaram neste domingo (17) autorizar a abertura do processo no Senado, instância responsável por julgar se a presidente cometeu crime de responsabilidade.
De acordo com a presidente, a injustiça também é praticada porque, segundo afirmou, não cometeu crime de responsabilidade e devido a um suposto tratamento diferenciado.
“Não há crime de responsabilidade. Os atos pelos quais eles me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim e não foram caracterizados como atos ilegais ou criminosos”, declarou. “A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Os atos que me acusaram foram praticados baseados em pareceres técnicos.”
Mais um fator de “injustiça” apontado por Dilma foi a votação no Congresso das chamadas “pautas-bomba”, projetos que geram despesas adicionais para o governo. “Isso [a injustiça] se expressa em pautas-bomba, que no ano passado chegaram a montar em R$ 40 bilhões”, afirmou.
“Me sinto inustiçada, injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação. E é por isso que me sinto injustiçada. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime e, segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, declarou.
Ela destacou, porém, que não se sente desanimada e que não vai se abater nem se deixar paralisar. “Tenho ânimo, força e coragem para enfrentar – apesar de, com sentimento de muita tristeza – essa injustiça’, disse a presidente.