Um estudo divulgado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) alertou que o excesso de peso (soma do sobrepeso com a obesidade), também de acordo com a pesquisa, chega a 25,4% dos jovens, dos quais 25,2% são meninas e 25,8% são meninos.
Além disso, a pesquisa revelou que a obesidade atinge cerca de 8,6% dos jovens entre 12 e 17 anos, sendo maior incidência entre os meninos (9,2%) do que entre as meninas (7,8%). Além disso, a hipertensão atinge 9,6% dos jovens, a maioria deles meninos.
Os resultados do Estudo de Risco Cardiovascular em Adolescentes (Erica) foram apresentados nesta terça-feira no 2º Simpósio Internacional em Epidemiologia Cardiovascular da Universidade de São Paulo.
Segundo uma das coordenadoras da pesquisa, Katia Vergetti Bloch, o estudo foi realizado com alunos da rede pública e privada em municípios com mais de 100 mil habitantes para traçar um perfil do risco cardiovascular desses adolescentes. Alguns dados do estudo que começou a ser feito em 2013 já foram publicados em revistas especializadas.
“A literatura mostra cada vez mais a necessidade de prevenir o desenvolvimento da doença cardiovascular em estágios precoces. Todos sabemos que é difícil mudar os hábitos já estabelecidos na vida adulta, como perder peso e parar de fumar. Queremos mostrar isso aos adolescentes”, explica Katia.
Adoçantes
A coordenadora do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa) no Rio Grande do Sul, Maria Inês Schmidt, alertou que, graças aos aprimoramento no campo das pesquisas, é possível afirmar que o uso de adoçantes artificiais para pessoas com peso normal pode não ser saudável para a prevenção de ganho de peso.
“O uso desses adoçantes está associado a aumento de diabetes e de obesidade. Se a pessoa já tem diabetes ou já é obesa, talvez tenha fundamento usar o adoçante, mas para pessoas saudáveis ainda não seria justificado”, advertiu.
A pesquisa mostrou também que o consumo do café está associado a menores chances de desenvolver diabetes e a obesidade. Se a pessoa já tem diabetes ou já é obesa, talvez tenha fundamento usar o adoçante, mas para pessoas saudáveis ainda não seria justificado”, concluiu.