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Exercício físico é arma poderosa para combater ou evitar câncer

Fazer aquela caminhada no parque ou andar de bicicleta perto de casa não tem resultados apenas para eliminar a gordurinha localizada na barriga. A atividade física frequente pode evitar um problema muito mais sério: o câncer.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), obesidade e sedentarismo juntos são responsáveis por 20% dos casos de câncer de mama, 50% dos carcinomas de endométrio, 25% dos tumores malignos do cólon e 37% de esôfago. O Ministério da Saúde completa que os dois fatores combinados formam a segunda maior causa de câncer que poderia ser prevenida, atrás apenas do tabagismo.

Isso significa que um quarto dos casos de câncer poderia ser evitado com manutenção do peso e atividades físicas.

Os exercícios são importantes não só na prevenção da doença, mas também ajudam os pacientes que já estão em tratamento de câncer a aguentar os impactos da quimioterapia. E após o tratamento, os exercícios físicos diminuem a chance de reincidência do tumor.

“Exercícios e boa alimentação ajudam antes, durante e depois do paciente se deparar com o câncer Melhora a qualidade de vida, faz a pessoa se sentir forte e preparada durante o tratamento. E 60% dos que praticam atividades físicas não voltam a ter a doença”, explicou Márcio Almeida, médico da Aliança Oncologia.

Quantidade
Almeida explica que 30 minutos de atividade física leve durante quatro ou cinco dias na semana são suficientes para aumentar a proteção contra o câncer, ou mesmo ganhar forças para suportar o tratamento. Isso significa que uma caminhada ou passeio de bicicleta diariamente podem salvar vidas.

A advogada Rozélia Silveira, 46 anos, praticou esportes a vida inteira, correu até meia-maratona. “Até me considerava uma atleta”, brinca Em 2013, descobriu ter câncer de mama. Mesmo assim não largou as pistas. Após conversar com a equipe médica chefiada por Márcio Almeida, diminuiu a intensidade dos exercícios. Corria ou caminhava 5 km por dia, mesmo durante os seis meses em que fez quimioterapia.

Nada comparado aos dias quando corria 30 km e pedalava mais 40 km. Mas sair do sedentarismo transformou o tratamento de Rozélia.

“Eu fiquei bem, muito melhor que as outras mulheres que faziam quimioterapia comigo. Nada de vomitar, ou ficar com aquela cara baqueada, arroxeada, sabe?”, enumera a advogada. “Ela não ficava em cima da cama, sem disposição, como acontece na grande maioria dos casos de quem trata um câncer. Suportou melhor os efeitos colaterais dos remédios, dormia melhor”, lembrou Márcio Almeida.

Ao se debruçar sobre o assunto, a ciência já descobriu evidências que comprovam a relação entre exercícios e melhora no tratamento da doença. Em 2015, cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, descobriram que exercícios retardam o crescimento de tumores. O fenômeno é explicado pois as atividades melhoram a funcionalidade dos vasos sanguíneos, aumenta o fluxo de oxigênio e retarda o avanço do câncer.

Melhor remédio
O oncologista Márcio Almeida explica que ficar longe do sedentarismo também é a melhor maneira de evitar o retorno do câncer. “Estudos apontam que  60%  dos que praticam atividades físicas não  voltam  a  ter a  doença. Não se sabe ao certo os motivos, mas exercícios reduzem níveis de insulina, de radicais livres, e de outros fatores de crescimento das células tumorais.”

Três anos depois do tratamento, Rozélia corre 15 km a cada três dias, além de pedalar 40 km duas vezes por semana, intercalado com a canoagem no Lago Paranoá. “Até a minha recuperação foi mais rápida que de outras amigas. Meu cabelo está enorme, eu não sinto nenhum enjoo. Atividade física é o melhor remédio”, sentencia a ex-paciente.

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