A Polícia Civil de Lajeado investiga a ação de um homem que entrou no Hospital Bruno Born, na cidade de Lajeado, na noite de domingo (1), e colocou fogo no guichê de atendimento. Ele fugiu e ainda não foi encontrado. De acordo com a instituição, que está interditada, alguns funcionários e pacientes precisaram de observação médica e uso de oxigênio em razão da fumaça inalada.
Câmeras de segurança registraram a ação. Um homem usando capacete entra no setor de emergência, vai até o guichê e coloca um facão sobre o balcão. A funcionária e alguns pacientes se afastam. O homem, então, espalha sobre a mesa combustível que carregava em uma garrafa. Em seguida acende um fósforo, o fogo se espalha e uma explosão é ouvida.
O homem seria pai de uma criança que buscava atendimento horas antes. Segundo o hospital, os pais chegaram por volta das 15h30 e passaram pela triagem. Como a equipe de enfermagem constatou que a criança não apresentava sintomas que caracterizassem emergência, ela precisou esperar para consultar com o médico. Cerca de duas horas depois, ainda conforme a instituição, a família decidiu ir embora sem concluir o atendimento.
De acordo com informações de funcionários, por volta das 18h40, o homem voltou ao local sem a esposa e a criança. Usando um capacete e segurando um facão, ele teria mandado que as pessoas saíssem do lugar anunciando que colocaria fogo.
O incêndio foi controlado com o uso de extintores. Mesmo assim, cerca de 15 funcionários precisaram de atendimento médico por causa da inalação da fumaça.
A emergência do hospital, que é referência para mais de 300 mil pessoas que moram no Vale do Taquari, está interditada por tempo indeterminado. A orientação é que a população procure o hospital do seu município. Quem mora em Lajeado, pode procurar a UPA da cidade.
O delegado que investiga o caso classifica o crime como grave. “Se configurou crime de incêndio doloso qualificado, por conta do local onde foi praticado. Foi premeditado. Ainda que brevemente, o autor teve tempo de buscar combustível que deu início ao incêndio, de buscar um capacete para tentar esconder sua identidade, o que transforma o crime num fato mais grave”, destaca Juliano Stobbe.
Segundo a polícia, o homem tem antecedentes criminais, um deles por homicídio, em Caxias do Sul, na Serra.
Confira a nota do hospital sobre o episódio:
O Hospital Bruno Born comunica a todos que, no final da tarde do dia 01/04/2018, sofreu um atentado nas dependências do Setor de Emergência, próximo às 19h.
Esse evento causou graves consequências tanto à instituição quanto a funcionários e pacientes, expondo-os a risco de vida.
Alguns funcionários e pacientes necessitaram de observação médica, uso de oxigênio e monitoração, em razão da fumaça inalada. Todos ainda estão muito abalados psicologicamente.
Os danos materiais também foram significativos, havendo destruição completa da sala de recepção da Emergência, inviabilizando por completo o atendimento por tempo indeterminado, com prejuízo para toda a comunidade regional.
Em função disso, houve necessidade de adoção de medidas urgentes de contingência, sendo que o atendimento de novos pacientes foi direcionado para a UPA e hospitais próximos.
Cabe ao HBB esclarecer que o indivíduo responsável pelo atentado, acompanhava, junto com uma mulher, o atendimento de seu filho, no Setor de Emergência.
O referido menor já havia recebido atendimento no mesmo dia na UPA e no HBB, sendo que naquele momento não se caracterizava como de urgência ou emergência.
Minutos após o indivíduo retornou ao local portando um facão e uma garrafa pet de 2 litros contendo líquido combustível, que foi lançado sobre a recepção do Setor de Emergência, em direção a uma funcionária que estava em serviço e, após, ateou fogo, causando os danos descritos acima, além de inviabilizar o atendimento no setor.
Todos os fatos encontram-se devidamente registrados pelas câmeras do sistema de vigilância interna do hospital, cujas imagens já foram entregues à Polícia Civil para apuração do crime, juntamente com a identificação do indivíduo responsável pelo ato.
Hospital Bruno Born.