Apesar de ser cogitada desde antes do envio do pacote de projetos do Executivo à Assembleia, é cada vez mais remota a possibilidade de se confirmar a convocação extraordinária entre o Natal e o Ano Novo. Nos últimos dias, vem ganhando força internamente movimentação para que as propostas sejam votadas entre os dias 20 e 23. Na data prevista para o início da votação, o protocolo das propostas ainda não terá completado 30 dias de tramitação, mas um acordo de líderes pode viabilizar a antecipação da apreciação.
Após mudança no regimento interno, no ano passado, o acordo não precisa mais ser unânime. Nesta terça-feira, na reunião da mesa diretora da Assembleia, às 10h, e na reunião de líderes, às 11h30min, será definida a forma de acesso do público nos dias de votação. A tendência é a de que cada deputado receba cinco senhas para livre distribuição. As galerias serão divididas em duas alas: para favoráveis e contrários aos projetos. Algumas partes, nos cantos laterais, no entanto, devem ficar bloqueadas ao acesso devido ao entendimento de que estes locais permitem facilmente que manifestantes mais exaltados pulem para o plenário.
Aliados do governo estão preparados para enfrentar uma verdadeira panela de pressão, devido à previsão da demissão de cerca de 1,2 mil servidores com as extinções de órgãos da administração indireta, além de outras propostas polêmicas, como as de alterações no calendário da folha de pagamento e do 13º salário. “Se eu estivesse às vésperas de perder o emprego, com certeza iria ao plenário protestar”, ponderou à coluna um deputado da base.
Um por um
Líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza está visitando gabinetes e realizando reuniões individuais com deputados da base para explicar as propostas do pacote em busca de votos favoráveis. Alguns encontros tiveram duração de 30 minutos. Outros, se estenderam por mais de duas horas.
Base é chamada
O governador José Ivo Sartori chamou todos os parlamentares da base aliada para reunião nesta terça-feira no Palácio Piratini. Na conversa, que terá como pauta única o pacote, Sartori irá reforçar que não há plano B para fazer frente à crise financeira no caso de rejeição dos projetos pelo plenário.