Uma pesquisa realizada pela Famurs aponta que pelo menos 118 prefeituras gaúchas enfrentam dificuldades para quitar o 13º salário do funcionalismo neste ano. Como o pagamento é obrigatório, gestores municipais, assim como o governo gaúcho, recorreram a empréstimos para honrar os vencimentos.
O estudo aponta ainda que 60% dos municípios encerrarão o ano com pendências financeiras. O percentual é superior ao constatado em levantamento de 2014, quando 46% dos gestores não conseguiram fechar as contas. Segundo o presidente da entidade, Luiz Carlos Folador, a dificuldade é consequência de atrasos e quedas nos repasses do Estado e da União para os municípios. De acordo com ele, somente em 2015, as prefeituras terão prejuízo de R$ 797 milhões com a queda na arrecadação do ICMS e nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O levantamento da Famurs destaca ainda que 96% das prefeituras já realizaram corte de despesas para não gastar mais do que arrecadam. O percentual também é maior do que o verificado em setembro de 2014, quando 89% dos municípios apertavam o cinto para fechar as contas. Entre as principais medidas colocadas em prática visando à contenção de custos, está a redução da jornada de trabalho. Pelo menos 121 prefeituras já funcionam em turno único. Além disso, 14 prefeitos reduziram o próprio salário. “Tomamos todas as medidas possíveis de ajuste, mas isso não resolve os problemas de queda na arrecadação e de aumento das despesas”, disse Folador.