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Rio Grande do Sul completa 01 ano das enchentes históricas de 2024

Atingindo 95% dos municípios gaúchos, o evento climático deixou rastros de destruição, severas perdas econômicas, sociais e culturais que ainda serão sentidas pelas próximas gerações.

Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores catástrofes climáticas de sua história. As enchentes devastadoras causaram a morte de 184 pessoas, deixaram 27 desaparecidos e mais de 420 mil desabrigados, afetando cerca de 95% dos municípios gaúchos.

Estragos em Barra do Rio Azul – Foto: reprodução Prefeitura Municipal

Principais municípios atingidos

As regiões mais afetadas incluíram Porto Alegre e sua Região Metropolitana, além de cidades do Vale do Taquari e do Alto Uruguai. Municípios como Encantado, Estrela, Muçum, Roca Sales e Santa Tereza sofreram perdas significativas em infraestrutura, habitações e atividades econômicas.

Estragos em Cruzeiro do Sul – Foto: Folha de Notícias de Sapucaia do Sul

Impactos econômicos e sociais

As perdas econômicas foram estimadas em aproximadamente R$ 97 bilhões, com danos diretos de R$ 58 bilhões apenas no Rio Grande do Sul. A economia do estado enfrentou uma contração de 2% a 4%, afetando o PIB nacional. Além disso, cerca de 1.800 pessoas ainda vivem em abrigos, enfrentando desafios como insegurança alimentar, falta de moradia adequada e problemas de saúde mental.

Impactos na agricultura da região do Alto Uruguai

A região do Alto Uruguai, no noroeste do Rio Grande do Sul, foi severamente impactada pelas enchentes de 2024. Mais de 206 mil propriedades rurais foram atingidas, com danos em casas, galpões, armazéns e estufas. Cerca de 34.519 famílias ficaram sem acesso à água potável devido aos danos causados pelas inundações e deslizamentos.

A agricultura, principal atividade econômica da região, sofreu perdas significativas:​

Soja: Perda de 2,7 milhões de toneladas, afetando cerca de 15,6 mil produtores;

Milho silagem: Redução de 721,3 mil toneladas, impactando 7,9 mil produtores;

Milho grão: Perda de 354,1 mil toneladas, atingindo 28,3 mil agricultores;

Arroz: Diminuição de 160,6 mil toneladas;

Feijão: Redução de 18,2 mil toneladas, afetando 2,6 mil produtores.​

Perdas na agricultura – Foto: reprodução portal AgroReceita

Ações de reconstrução

Em resposta à tragédia, o governo estadual lançou o Plano Rio Grande, um programa estruturado em três eixos: Emergencial, Reconstrução e RS do Futuro. Até dezembro de 2024, mais de R$ 3 bilhões foram investidos em áreas como habitação, saúde, educação, defesa civil e desenvolvimento social.

O governo federal também criou um fundo de R$ 6,5 bilhões para recuperar infraestruturas, com foco na modernização de diques, sistemas de drenagem e construção de casas de bombas em municípios como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos esforços, a reconstrução completa do estado ainda enfrenta desafios significativos. Estima-se que serão necessários ao menos R$ 19 bilhões para restabelecer estradas, habitações e serviços essenciais. Além disso, o estado perdeu aproximadamente R$ 14 bilhões em receitas devido às inundações.

A tragédia também impulsionou debates sobre a necessidade de transição para fontes de energia mais sustentáveis. O governo estadual está considerando investimentos em energia renovável, como hidrogênio verde e parques eólicos offshore, visando alcançar emissões líquidas zero até 2050.

Um ano após as enchentes, o Rio Grande do Sul continua sua jornada de recuperação, enfrentando desafios, mas também demonstrando resiliência e determinação para construir um futuro mais seguro e sustentável.

Estragos na região do Vale do Taquari – Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
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