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Tribunal Regional Eleitoral diz que ainda não é possível avaliar como enchentes vão impactar as eleições no Rio Grande do Sul

Relatório produzido pelo TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul) afirma que diante da impossibilidade de se avaliar o estado das urnas eletrônicas do Rio Grande do Sul ainda não é possível verificar o impacto das enchentes nas eleições.

“No que se refere às urnas eletrônicas, é de rigor repisar que, até o presente momento, não foi possível o acesso a diversas dependências atingidas pelo evento climático, em especial o depósito central em Porto Alegre, razão pela qual ainda se aguarda a contagem dos equipamentos danificados para ser possível lançar prognóstico sobre o impacto da enchente na eleição sob esse aspecto”, diz o relatório.

Nesta terça-feira (21), o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, assegurou que as eleições ocorrerão no estado na data prevista. O relatório do TRE diz já ser possível afirmar que entre 5 mil e 8 mil urnas foram prejudicadas pelas enchentes. No entanto, diz que mais da metade dos modelos atingidos não seriam utilizados nas eleições deste ano.

“Danos significativos foram registrados nas urnas eletrônicas armazenadas nos cartórios de Arroio do Meio, São Sebastião do Caí e São Jerônimo, perfazendo um total de 504 unidades danificadas no interior do estado. Na capital, o depósito de urnas, gravemente afetado, continha 13.321 urnas armazenadas, estimando-se uma perda entre 5000 a 8000 unidades, em razão do nível de água detectado em observações na área externa. Cabe consignar que mais da metade das urnas no depósito de Porto Alegre são de modelos que não seriam utilizadas nas eleições vindouras. Como o estoque total no Estado é de aproximadamente 41.000 urnas [contando modelos antigos em substituição], e são necessárias aproximadamente 30.000 urnas para a realização do pleito, a Secretaria de Tecnologia da Informação avalia, num primeiro momento, que do ponto de vista quantitativo não haveria risco muito alto de prejuízo à eleição”, diz o relatório.

O TRE afirma ainda que serão necessários novos locais para preparar as urnas para as eleições. “No aspecto logístico, entretanto, a perda do depósito inviabiliza importantes atividades de manutenção, certificação e mesmo preparação das urnas eletrônicas, sendo necessário viabilizar novo espaço, além de adquirir ou alugar equipamentos para movimentar as urnas que serão aproveitadas na eleição. Também será necessário espaço para destinação das urnas danificadas, muitas delas com caixas desmanchadas. Esse processo deve ser feito com todos os cuidados para evitar danos à imagem institucional, bem como promover o descarte ambientalmente responsável”, diz.

A corte elenca no documento os diversos prejuízos causados pelas enchentes na Justiça Eleitoral. “As cheias ocasionaram danos significativos em áreas de interesse estratégico para o TRE-RS. Com efeito, o Edifício Assis Brasil, sede principal do Tribunal, teve seus andares inferiores completamente inundados, gerando consequências estruturais na rede lógica que demandarão um longo período para recuperação plena das atividades regulares. Já o prédio histórico localizado na Rua Duque de Caxias, onde está instalado o datacenter, em que pese não tenha sido afetado pela água, teve sua operacionalidade prejudicada devido ao corte preventivo de energia elétrica, que durou de 04/05 a 10/05, o que resultou no desligamento planejado do datacenter, com a consequente indisponibilidade dos sistemas, entre 04/05 e 09/05”, diz.

Fala ainda que “a conectividade à internet, fornecida por dois provedores distintos, foi mantida apenas em uma das conexões, com funcionalidade reduzida, inclusive para a conexão entre o TRE e o TSE pelo backbone primário”.

“O backbone secundário, responsável pelas conexões dos cartórios eleitorais com a internet, o TRE e o TSE, restou totalmente inoperante, de sorte que todas as zonas eleitorais ficaram digitalmente isoladas. Com o religamento do datacenter, realizado em 09/05, e o consequente retorno do sistema SEI no dia seguinte, foram retomadas, modo regular, as principais atividades administrativas do Tribunal, que vinham sendo realizadas por intermédio do correio eletrônico, nas situações essenciais”, diz o texto.

Na sequência, alerta que “com o expediente presencial suspenso, as atividades estão sendo executadas de forma remota, a exemplo do ocorrido na pandemia da COVID-19. A conexão com o TSE só veio a ser restaurada no dia 13/5, seguindo os esforços para viabilizar a rede aos cartórios eleitorais, elemento essencial para que o atendimento ao público pudesse ocorrer normalmente, o que ocorreu no final da tarde do dia 17/5”.

“Registra-se, por oportuno, que até o momento somente 57 cartórios eleitorais estão plenamente operacionais, situação a ser tratada na próxima semana, provavelmente com novos ajustes na rede da contratada e reparos de conexões nos cartórios, que podem ter seu tempo condicionado às condições logísticas locais”, conclui.

SourceO Sul
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