Os policiais militares do Rio Grande do Sul enviados a Brasília estão completando dez dias de missão. A tropa foi mobilizada após os ataques às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Os agentes reforçam a segurança, em apoio à intervenção federal na segurança do Distrito Federal (DF). O objetivo da missão é garantir a ordem, proteger as instituições e o patrimônio público, bem como combater práticas de vandalismo, prevenindo eventuais novas ações extremistas.
O governo do Estado disponibilizou, ao todo, 73 integrantes do Comando de Polícia de Choque (CPChq), lotados nos batalhões de Porto Alegre (1º BPChq), Passo Fundo (3º BPChq) e Uruguaiana (6º BPChq). Sob a chefia do major Marcelo Paese, o grupo deixou o solo gaúcho, em 10 de janeiro, para se juntar, por 21 dias, à Força Nacional em Brasília. Todos estão alojados no Batalhão Escola de Pronto Emprego (Bepe), uma base localizada em Gama, cidade-satélite distante aproximadamente 35 quilômetros de Brasília.
O CPChq é composto por militares especializados, que detêm conhecimento técnico e tático diferenciado, treinados para lidar no controle de distúrbios civis e outras operações especiais.
No Distrito Federal, o efetivo gaúcho passou a integrar um grupo de cerca de 600 policiais, destacados de 16 unidades da federação para apoiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública após os atos antidemocráticos. Entre os policiais cedidos pelo Rio Grande do Sul, três são mulheres. Os demais estados também encaminharam agentes femininas
Os brigadianos trabalham em escalas de 12 horas, intensificando o monitoramento da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios. “A nossa atuação ocorre dentro de viaturas, como tropa de choque, e também no radiopatrulhamento, junto a esses dois complexos. Neste momento, a situação é tranquila. Não tivemos manifestações e aglomerações depois do ocorrido no dia 8, mas a Força Nacional tem mantido o terreno ocupado pelos policiais 24 horas por dia”, relatou o major Paese.
Além dessa vigilância diária, os servidores enviados recebem instruções de padronização e nivelamento de conhecimento por parte da Força Nacional. As capacitações incluem, por exemplo, instruções de tiro, de choque, de abordagem policial e atendimento pré-hospitalar (APH) tático.
O contingente gaúcho também vem buscando uma integração com as polícias de outros estados, para aprofundamento de conhecimentos específicos da atividade e troca de experiências, essenciais para o aprimoramento do trabalho da corporação.
O efetivo ficará à disposição do Ministério da Justiça e Segurança Pública até 31 de janeiro, período de duração da intervenção federal. Até o término da operação, os agentes fazem contato com os seus familiares por telefone celular.
“Estamos mantendo a tropa engajada na missão. Nos sentimos honrados por estarmos representando a nossa Brigada Militar, o nosso estado, aqui nesta missão, junto ao Ministério da Justiça e à Força Nacional”, ressaltou o major Paese.
A intervenção no DF foi decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 8, em decorrência das manifestações violentas. No mesmo dia, o governador Eduardo Leite anunciou a intenção de enviar reforço a Brasília, oferecendo suporte ao governo federal. O embarque ocorreu na noite do dia 10, em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que partiu do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Leite garantiu que as forças de segurança do RS estavam de prontidão para agir de forma enérgica, firme e imediata diante de qualquer crime contra a democracia.