O tamanho da operação de socorro do Rio Grande do Sul está diretamente associado à possibilidade de o governo gaúcho incluir a venda do Banrisul, banco no cardápio de contrapartidas. O governador gaúcho, José Ivo Sartori (PMDB), demonstra resistência à ideia, mas, segundo fontes do governo federal, dificilmente o problema do Estado será resolvido sem a venda.
A leitura de alguns integrantes do governo é que as demais empresas, listadas por Sartori na primeira reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não têm valor suficiente para resolver de forma completa e definitiva o rombo fiscal do Estado previsto para este ano, da ordem de R$ 14,5 bilhões (incluindo nessa conta o déficit previdenciário).
No cardápio de Sartori, por enquanto, constam a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). Na reunião com Meirelles, Sartori mencionou a possibilidade de venda do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), cujo valor já é considerado muito baixo, e a Companhia de Silos e Armazéns, que também não resolveria o problema.
O Banrisul é um dos cinco bancos estaduais que não foram privatizados. Os demais são Banestes, BRB, Banpará e Banese. Além da resistência de Sartori à ideia, a venda do Banrisul pode gerar controvérsia política no Estado, cuja Assembleia Legislativa discute uma mudança que permitiria ao governo privatizar ou federalizar empresas sem fazer um plebiscito.
A privatização de empresas estaduais é tratada no Ministério da Fazenda como contragarantia a eventuais empréstimos do Banco do Brasil, que, para serem viabilizados, precisam de garantia do Tesouro. O Banco do Brasil não fará empréstimos para Estados sem que o Tesouro garanta a operação.