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Xanxerê declara estado de calamidade pública após tornado que atingiu 2,5 mil casas

Após o tornado que atingiu 2,5 mil casas e provocou duas mortes, o município de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, está em estado de calamidade pública. A situação foi reconhecida pelo governador Raimundo Colombo, que afirmou que recursos de um fundo estadual da Defesa Civil devem ser destinados ao município.

De acordo com o prefeito de Xanxerê, Ademir José Gasparini, o decreto está pronto. O governo confirma e acrescenta que deve ser publicado no Diário Oficial na quinta-feira (23). O município de Ponte Serrada terá declarada situação de emergência pelos estragos causados por um outro tornado.

Por volta das 18h desta terça-feira (21), o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, chegou a Xanxerê para ver os estragos causados pelo desastre natural. Em coletiva no quartel dos bombeiros da cidade, confirmou que o ministério irá reconhecer o pedido de calamidade pública. Vão ficar em Santa Catarina também dois técnicos da pasta federal que ajudarão nas tramitações burocráticas para a liberação de ajuda aos atingidos.

– A mensagem da presidente Dilma é de apoio e de colocar o governo à disposição para tudo que for necessário na reconstrução da cidade – disse Occhi.

O estado de calamidade pública é declarado quando existe uma situação anormal, provocada por desastres naturais, que comprometam de forma substancial o funcionamento do poder público. Quando declarado por uma prefeitura, precisa ser homologado pelo governador antes de passar a valer.

Assim que o município ou Estado declara a situação atípica, pode ter acesso ao Fundo Especial para Calamidades Públicas (Funcap). Os habitantes também podem sacar o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ministro do Trabalho, Manoel Dias já confirmou que o FGTS será liberado aos moradores que tiveram suas residências atingidas.

No começo da tarde, o Ministério da Integração Nacional acionou o Exército em Santa Catarina e deslocou 100 homens, além de caminhões, para ajudar na locomoção das famílias atingidas pelo tornado em Xanxerê para abrigos. O papel dos militares também é de ajudar nas buscas por vitimas e retirada de escombros dos locais atingidos.

– Ainda não temos dimensão do prejuízo. Mas a reconstrução completa deve levar de seis meses a um ano – disse o prefeito.

As aulas na cidade de Xanxerê estão suspensas e os pais e professores devem auxiliar na reconstrução. A partir de quarta-feira, deve ser liberado também o acesso de caminhões para recolher os entulhos deixados pela destruição.

Xanxerê registra mortes e casas desabamentos
Estima-se que a velocidade dos ventos que atingiram Xanxerê na tarde de segunda-feira (20) tenham chegado a 250 km/h. Dados atualizados pela Defesa Civil nesta terça-feira (21) mostram que, até o momento, 600 pessoas foram atendidas com lonas e materiais de emergência.

O motorista de transporte escolar, Alcemar Sutil, de 31 anos, não resistiu após o imóvel em que estava desabar sobre ele e a família. O filho dele, de oito anos, está internado no Hospital Regional de Chapecó.

A segunda vítima é Deonir Comin, de 48 anos, que estaria trabalhando numa obra que desabou durante a passagem do tornado.

Ao menos 120 pessoas foram encaminhadas para centros de saúde de cidades de região, sendo três com bastante gravidade. Outras três pessoas sofreram amputações.

Serviços de emergência de Xanxerê estão concentrados no quartel dos bombeiros. Entretanto, dificuldades são encontradas até pela corporação: nesta segunda, por exemplo, os próprios bombeiros ficaram mais de quatro horas sem comunicação por rádio ou telefone. 60 bombeiros foram deslocados de cidades do Estado para auxiliar nas operações.

O Exército também deve atuar no apoio aos moradores de Xanxerê. A Defesa Civil de SC solicitou a presença de 100 militares e 10 caminhões.

Cenário de destruição em pelo menos seis bairros
As ruas de Xanxerê estão tomadas por fios das redes elétrica e telefônica. Árvores caíram no pátio das casas. O chão está repleto de telhas quebradas e zinco retorcido. O telhado do Ginásio Municipal Ivo Sguissardi ficou todo retorcido. Havia crianças no local, mas ninguém ficou ferido.

Entre os bairros mais atingidos estão Pinheiros, Primo Tacca, Bortolon, Esportes, São Jorge e Collato.

A casa de Juraci Ferreira se partiu em dois: a sala e alguns quartos foram parar no meio da rua, a 20 metros do restante da moradia. Sobrou um pedaço do banheiro e a garagem, que também estão parcialmente destruídos. A chaminé da churrasqueira ameaça cair sobre quem chegar perto.

– Sorte que ela estava na tia e minha mulher estava comigo – afirmou Juraci, que tinha ido para Lajeado Grande buscar uma carga de bois.

Alguns também estão sendo transferidos para hospitais de cidades vizinhas, como Xaxim e Faxinal dos Guedes. Os Bombeiros também receberam reforços de outras cidades da região como Chapecó. Há uma força-tarefa para conseguir lonas, agasalhos e até geradores para as unidades de saúde, já que não há energia.

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