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Milho ultrapassa 55% da área prevista para Safra 2023/2024 no RS

De acordo com o informativo conjuntural divulgado pela Emater, as lavouras encontram-se predominantemente na fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo.

A área semeada com milho no Rio Grande do Sul alcançou 55% da projeção de cultivo para a Safra 2023/2024, que é de 817.521 hectares. As lavouras encontram-se predominantemente na fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (28/09) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), as regiões Oeste, Noroeste e Norte do Estado estão próximas de concluir a semeadura. No entanto, nas regiões Sul, Central e Nordeste, o progresso do plantio foi prejudicado pelas chuvas, que ocasionaram encharcamento e excesso de umidade no solo. Essas condições inviabilizaram o trânsito de maquinário agrícola e, em alguns casos, afetaram de forma negativa a germinação das sementes.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, as lavouras de milho estabelecidas apresentam excelente desenvolvimento, com emissão rápida de novas folhas e crescimento vigoroso do colmo. Houve aumento da taxa de crescimento em função dos dias mais quentes. A umidade de solo adequada permitiu que os produtores realizassem a distribuição da adubação nitrogenada em cobertura. A maioria dos produtores opta pelo parcelamento, em duas vezes, da dose recomendada em cobertura: a primeira quando o milho está no estádio V3, e a segunda em V6. Houve diminuição da incidência de cigarrinha-do-milho, confirmada pela redução de captura do inseto nas armadilhas de monitoramento. A associação do controle convencional com produtos biológicos apresentou melhores resultados.

No Milho silagem estima-se que cerca de 30% da área destinada ao corte de plantas inteiras para ensilagem já tenha sido plantada. A evolução varia entre as regiões, sendo mais significativa no Norte, próximo a 90%, e menos expressiva no Nordeste, apenas 3%. Nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Erechim e Frederico Westphalen, as lavouras apresentam estande adequado e bom desenvolvimento, em decorrência das melhores condições climáticas no seu estabelecimento inicial. Para a Safra 2023/2024, está prevista uma área cultivada de 364.291 hectares, com produtividade estimada de 39.088 kg/ha.

Quando à safra de arroz, o Instituto Rio-Grandense de Arroz (Irga) estima cultivo de 902.425 hectares no RS e a Emater/RS-Ascar projeta produtividade de 8.359 kg/ha. A cultura encontra-se em estágio inicial de implantação. No entanto, na maioria das regiões do Estado, o plantio foi inviabilizado pelas contínuas precipitações e pela consequente inundação das áreas de implantação. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, foram apenas remontadas as taipas danificadas pelas cheias dos rios da região. Na de Santa Rosa, a umidade do solo continua excessiva nas áreas de semeadura, dificultando o acesso de máquinas e de equipamentos tanto nas lavouras quanto nas estradas de acesso.

Para a Safra 2023/2024 de Feijão 1ª safra, projeta-se área de cultivo de 29.053 hectares. A estimativa de produtividade é de 1.775 kg/ha. A cultura está em implantação. No entanto, o excesso de chuvas condicionou o progresso da semeadura apenas para regiões onde o volume de chuvas foi menor. Na região de Ijuí, o plantio atingiu 90%. O cultivo é distribuído em pequenas áreas, o que permitiu avanço substancial na semeadura da cultura. Nas lavouras que já emergiram, as plantas exibem folhas amplamente desenvolvidas e não apresentam quaisquer sintomas de doenças ou danos causados pelo frio.

Culturas de inverno

Trigo – O período recente marcou o início da colheita. Estima-se que a operação chegou a 1% das lavouras durante os períodos de tempo estável e temperaturas elevadas, principalmente na região Noroeste do Estado. Atualmente, a taxa de maturação das lavouras atinge 18%. Predominam as lavouras na fase de enchimento de grãos – 54% –, e em estágio de floração – 23%. Por essa razão, há crescente preocupação entre os triticultores, uma vez que o clima excessivamente úmido tem favorecido a proliferação de doenças fúngicas, especialmente giberela, nesses estágios críticos, o que ameaça a confirmação do potencial produtivo. Por ser sensível às chuvas, principalmente após a maturação, caso ocorra atraso na colheita da cultura, os grãos poderão atingir níveis de qualidade que inviabilizem sua utilização pela indústria de panificação.

Aveia branca – A área de cultivo na Safra 2023 é de 365.081 hectares, e a produtividade está estimada em 2.340 kg/ha. A cultura encontra-se em colheita, que chega a 14% da área. Em fase de maturação estão 26% das lavouras; em enchimento de grãos, 44%; e em florescimento ou em fases anteriores, 16%.

Canola – A área de cultivo estimada é de 67.219 hectares, e a produtividade está estimada em 1.632 kg/ha. Em relação às fases de desenvolvimento, a maioria das lavouras está na etapa de enchimento de grãos, representando 46% da área total. Em fase de maturação estão 34%; colhidas, 13%; e em fase de floração, 7%. As lavouras apresentam desempenho satisfatório, mas, onde predominou baixa luminosidade e alta umidade, observa-se uma redução no potencial produtivo da cultura, evidenciada pelo aborto de flores, pela diminuição no tamanho dos grãos ou pelo apodrecimento das sementes nas síliquas baixeiras.

Cevada – A projeção de cultivo é de 35.899 hectares, e a produtividade esperada é de 3.144 kg/ha. A cultura encontra-se em fase de enchimento de grãos, correspondendo a 58% das lavouras; 9% estão em desenvolvimento vegetativo; 25% em floração; 7% em maturação; e aproximadamente 1% já foi colhido.

Olerícolas

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os olericultores do município de Bagé que possuem áreas de produção dentro do perímetro urbano foram afetados diretamente pelo granizo da madrugada de sábado (23/09). A excelente proteção da cobertura plástica de estufas danificadas impediu que os cultivos fossem atingidos e que as famílias tivessem prejuízos maiores. Nas áreas de produção de folhosas a céu aberto, as perdas relatadas foram bastante expressivas. Os produtores que não possuem estufas também enfrentam dificuldades para realização de novos plantios e dos tratos culturais devido ao excesso de umidade, refletindo em perdas na escala e na qualidade dos produtos. Em Candiota, as lavouras de produção de sementes de cebola, coentro e salsa foram gravemente afetadas, resultando em perda total em algumas.

Pastagens e criações

Praticamente todas as pastagens de aveia concluíram seu ciclo. O azevém continua sendo uma fonte de suporte nutricional, apesar das chuvas intensas. O excesso de umidade no solo está resultando na degradação das áreas com maior lotação de animais e com plantios mais recentes. As chuvas excessivas também estão atrasando a implantação das pastagens anuais de verão. Já as pastagens perenes de verão, como os tífton, apresentam crescimento acelerado devido ao aumento das temperaturas e à realização de adubação para estimular o crescimento. As áreas de campo nativo estão em processo de recuperação em razão dos períodos de aumento de temperatura, que estimulam o rebrote.

Bovinocultura de corte – As chuvas persistentes e intensas têm criado desafios para a pecuária de corte, especialmente nas áreas com pastagem cultivada. O processo de parturição está aumentando, e os produtores estão implementando a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Observa-se maior incidência de carrapatos, atribuída às condições de alta umidade e elevação da temperatura ambiente. Além disso, a decisão de reter animais nas propriedades está sendo influenciada pelos baixos valores de mercado e pela persistente recessão, caracterizada por preços reduzidos para os produtores, pela escassa demanda por animais vivos e pelo consumo limitado de carne bovina.

Bovinocultura de leite – A semana foi marcada por dias chuvosos, que dificultaram as atividades nas propriedades devido ao acúmulo de barro. Apesar das pastagens de inverno estarem em fase final de ciclo e de apresentarem menor qualidade, houve oferta satisfatória de forragem, aliviando os custos de produção para os produtores que utilizam pastagens de forma eficiente. A implantação das lavouras de milho para silagem e das pastagens anuais de verão está atrasada em função da limitação de dias adequados para o plantio. A sanidade dos bovinos leiteiros se manteve satisfatória, sem restrições alimentares que afetem seu estado corporal. Em virtude do inverno menos rigoroso e do início da primavera, aumentou-se a aplicação de antiparasitários no rebanho como forma de prevenir infestações mais precoces de ectoparasitas.

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