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Exercícios físicos ajudam a manter a mente em forma

O cérebro é fascinante e repleto de mistérios. É ele o responsável pelos movimentos do corpo, pela vontade de rir ou chorar ao ver um filme e até mesmo por grandes invenções e descobertas que transformaram a humanidade, como o fogo e a roda. Mas, apesar da complexidade e importância desse órgão, muitos de nós levam uma rotina que prejudica o seu bom funcionamento.

O estresse e a correria do dia a dia desencadeiam processos emocionais negativos, como a ansiedade e o medo, que além de afetar o sistema cardiorrespiratório, a pressão arterial e o funcionamento gastrointestinal, podem causar depressão e processos degenerativos. Como consequência, passamos a ter problemas de memória e a ficar mais propensos a desenvolver doenças.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas próximas décadas, a população de idosos no mundo dará um salto. Atualmente existem 841 milhões de pessoas com mais de 60 anos, mas até 2050 chegaremos a 2 bilhões de indivíduos na terceira idade, dado que alerta para a necessidade de envelhecer com mais saúde, principalmente em relação ao cérebro.

Segundo Maria Inês Nogueira, professora associada do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e pesquisadora do Laboratório de Neurociências da USP, existe um movimento crescente para estabelecer o chamado envelhecimento ativo, ou seja, realizar atividades que promovam alegria, sociabilidade e aprendizado, como os exercícios físicos. “Embora os órgãos governamentais estejam cada vez mais conscientes da necessidade de promover e estimular o envelhecimento ativo, até por razões econômicas, a escolha é individual e também depende, muitas vezes, de apoio e incentivo familiar”, conta.

Cada vez mais estudos apontam que a prática de atividade física é essencial para o bem-estar do corpo e da mente. Além de auxiliar a circulação sanguínea, a oxigenação dos tecidos, acelerar o metabolismo, ampliar a sociabilidade e diminuir o estresse, manter uma rotina saudável e equilibrada pode prevenir e até retardar a evolução de doenças neurodegenerativas, como o mal de Parkinson e o Alzheimer. “Estudos têm mostrado que certos grupos de pessoas possuem o gene ou as proteínas que seriam os marcadores dessas doenças, mas não as apresentam. Os cientistas julgam que isso se dá pelo estilo de vida, alimentação, sociabilidade e baixo estresse com que esses indivíduos vivem. Fora isso, uma vez detectados esses processos degenerativos, sua evolução é contínua, embora possa ser retardada dependendo do estágio em que foi detectada e com o uso de medicação, terapia ocupacional e até mesmo o envolvimento familiar, imprescindível para minimizar o processo de evolução da patologia”, explica Maria Inês.

A fisioterapeuta Liz Yukimi Mendoza, especializada em Fisiologia do Exercício e Fisioterapia Ortopédica e Desportiva, vivenciou de perto a mudança que as atividades físicas proporcionam à saúde do cérebro. Desde janeiro deste ano, a profissional acompanha um paciente de 84 anos com histórico de linfoma e Alzheimer. Como dores nos joelhos e falha de memória eram queixas frequentes, a profissional começou o tratamento com exercícios leves, mas sempre insistindo para o paciente contar o número de repetições que deveria fazer. “Tento manter uma rotina de sequência de aparelhos, seguindo quase sempre a mesma ordem, invertendo vez ou outra para ver como ele reage.  No início foi difícil estabelecer uma rotina e conseguir estimular a memória, no entanto, a cada semana vejo melhora em seu quadro”, relata Liz.

Para incentivar ainda mais o paciente, a fisioterapeuta também utiliza jogos, como o da memória e palavras cruzadas. Os resultados dessa dedicação já surtem efeitos. Além da evolução no fortalecimento muscular e no equilíbrio, o estímulo à prática de exercícios proporcionou grande melhora do humor e da parte cognitiva. Hoje, seu paciente sabe quantas vezes deve fazer cada exercício, em quais aparelhos deve ir e até os dias em que deve treinar com ela. Para Liz, esses resultados são estimulantes. “Sabendo que a doença é irreversível, estou obtendo muitos pontos positivos no quadro geral do paciente”, afirma.

Atividade física: sinônimo de liberdade
Conhecer novas pessoas, contemplar a natureza, curtir um som e sentir aquela sensação de bem-estar são atividades que normalmente estão aliadas à prática de exercícios. Mas, muito além desses benefícios, a decisão de levar a vida de forma mais saudável influência a melhora da autoestima e até a autonomia. As atividades físicas ajudam a manter o corpo em forma e são importantes para todas as idades, mas são ainda mais essenciais para pessoas na terceira idade. “Nos idosos soma-se a contribuição para o combate a diversos problemas de saúde, inclusive melhora da memória. Com o ganho da força muscular e da flexibilidade, o idoso consegue mais independência social, o que é extremamente relevante nos dias atuais” explica o ortopedista e traumatologista, Renato Akira Iwashita.

A professora aposentada Neusa Fazio Romanini (70) sabe bem o que é isso. Frequentadora de uma academia há 15 anos, ela pratica quase todas as atividades disponíveis no local, desde musculação e pilates até zumba e hidroginástica, o que a ajudou a fazer amizades e a manter a saúde em dia. “Tudo melhora, inclusive a concentração. Tenho artrose no lado esquerdo do corpo e sinto muitas dores, mas os médicos falam que eu não posso parar nenhuma atividade, senão vou ficar na cama”, conta.

Apesar dos inúmeros benefícios, os idosos que exercitam o corpo precisam realizar avaliação médica e ter o acompanhamento de um profissional para orientar as atividades que podem ajudar ou prejudicar o trato de doenças. “É importante o professor acompanhar de perto e ensinar os movimentos de forma correta, saber se o idoso apresenta dor na execução dos movimentos e dificuldade de realizar os exercícios propostos”, enfatiza a educadora física Jéssica Meira.

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