A soja está em fase final de ciclo no Estado do RS, restando para colheita apenas 10% das áreas cultivadas, com muitas lavouras apresentando produtividade média entre 3.900 e 4.500 kg/ha. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (25), os produtores avaliam o comportamento das lavouras, cultivares e principalmente os rendimentos obtidos, iniciando o planejamento e composição para a nova safra.
Nas áreas de coxilha da região Sul, a colheita da soja apresenta rendimentos de até 75 sacos por hectare. Já nas regiões em direção à fronteira com o Uruguai, as produtividades não deverão ultrapassar os 40 sacos por hectare, em razão das precipitações mais escassas nas últimas semanas. Na Encosta da Serra do Sudeste, as produtividades serão bem consideráveis, acima dos 60 sacos por hectare. A soja na região está com 55% da área colhida e 45% das lavouras estão em estágio de maturação.
No milho, a colheita foi intensa nesta semana, alcançando os 83% da área estimada, com produtividades acima de 8 mil kg/ha. Na região Noroeste, as lavouras estão 4% em floração, 10% em enchimento de grãos, 2% maduras e 83% já colhidas. A previsão de produtividade média se mantém acima de oito toneladas por hectare, 12,8% acima da expectativa inicial na região.
As lavouras do segundo plantio (safrinha) de milho foram beneficiadas com as chuvas da última semana e têm apresentado um bom desenvolvimento das plantas. A maioria entra em formação das espigas. Os produtores iniciam a colheita de silagem com planta inteira do segundo plantio, para reserva de alimentos aos animais e para os períodos de menor oferta de alimentos para suplementação.
Da área de arroz, resta ser finalizada apenas 8% da área cultivada, com boas produtividades em torno de 8.240 quilos por hectare. Destaque para o município de Rio Grande, com produtividade que alcançou 9.100 quilos de arroz por hectare. Já no Litoral Norte, na região Centro-Sul e em áreas lagunares, a colheita do arroz chegou aos 78%, restando 22% em fase de grãos maduros e por colher.
Está finalizado o plantio da cultura do feijão safrinha nas regiões do Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai. A maioria das lavouras plantadas já se encontra em fase de enchimento de grãos (42%), recebendo os tratamentos fitossanitários para manter a sanidade das plantas. As primeiras áreas semeadas já se encaminham para maturação fisiológica (20%), podendo ser colhidas já nas próximas semanas. Há boa perspectiva de preços para esta cultura, cuja colheita atinge os 28% da área.
Olerícolas e frutícolas
Aipim – O produto está em colheita em Cruzeiro do Sul, na região do vale do Taquari, um dos maiores produtores de aipim do Estado. A cultura está com bom rendimento de modo geral, ficando entre 13 e 15 toneladas por hectare, porém há algumas lavouras com manchas tomadas pela bacteriose. O preço de comercialização varia entre R$ 12,00 e R$ 15,00/cx. de 22 quilos.
Batata – A colheita da safrinha cultivada na região dos Campos de Cima da Serra vai sendo concluída, com rendimentos dentro do esperado, tubérculos com bom calibre e sanidade. Comercialmente, o produto, que esteve com baixa cotação no início da colheita, recuperou a valoração e vem remunerando de forma satisfatória os bataticultores. O preço médio para a saca de 50 quilos de tubérculos lavados é de R$ 90,00/sc. para a batata película rosa e de R$ 110,00/sc. para a batata branca.
Quivi – Na região da Serra, as variedades precoces e glabras (sem pelos) já foram colhidas e comercializadas. Agora é iniciada a colheita dos materiais tardios, que representam 85% da produção da região. A prática cultural do acompanhamento da evolução (medição) do grau brix vem sendo adotada pela maioria dos quivicultores, sendo indispensável para a tomada da decisão relativa ao momento da colheita. As plantas apresentam-se com bom vigor, carga mediana e frutos de ótimo calibre. Comercialmente, o mercado se mantém aquecido e comprador; a cotação média na propriedade é de R$ 2,50/kg para calibre médio e de R$ 3,00/kg para frutas de maior calibre.
Criações
Bovinocultura de corte – A semana foi de clima favorável para o desenvolvimento de campos nativos, pastagens perenes e cultivadas de verão. O nível adequado de umidade do solo, associado à boa radiação solar e a temperaturas amenas à noite e elevadas durante o dia, possibilitou boa recuperação das pastagens, mesmo em final de ciclo de produção.
Nas áreas cultivadas com soja, intensifica-se a germinação das pastagens de inverno, principalmente aveia e azevém semeadas a lanço ou por aviação, no sistema de integração lavoura-pecuária, para a engorda e pastoreio do gado de corte, ou para cobertura do solo e posterior incorporação de matéria orgânica. O clima também é favorável ao desenvolvimento do azevém “guaxo”, que complementará a oferta de volumoso no inverno. As restevas de arroz recém-colhidas são uma boa opção forrageira. Melhora também para as condições de implantação das pastagens com leguminosas (trevos e cornichões). Os produtores reclamam dos altos preços das sementes forrageiras para implantação das pastagens de inverno.
Nota-se recuperação de peso do rebanho bovino, com possibilidade de entrar o inverno com bom escore corporal. Ocorreu também uma melhora nas aguadas para dessedentação animal, que vinham sendo prejudicadas pela estiagem do início de abril. A lotação deve ser de acordo com a oferta de pastagem. Quanto ao manejo sanitário, ainda é forte a infestação por carrapatos e mosca-do-chifre, com registro de casos de tristeza parasitária, típicos do ataque dos carrapatos de terceira geração. Produtores vacinam também contra clostridiose e brucelose e fazem controle das verminoses na bovinocultura.
Quanto ao manejo reprodutivo, a partir deste mês se intensificam os diagnósticos de gestação, apartando as vacas vazias para descarte e engorda. No diagnóstico de gestação, são aplicadas as vacinas para doenças da reprodução nas vacas prenhes. Se intensificam também os desmames de terneiros e os preparos para as feiras que se realizam no final de abril e em maio.