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51. Voz da Diocese – 17.12.23


“Alegremo-nos! O Senhor está no meio de nós!”

Minha saudação aos irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Celebramos a liturgia do 3º Domingo do Advento, o qual chama-se domingo da alegria. “A minh’alma se alegra no meu Deus”, indica o refrão do Salmo de Resposta, da liturgia desse domingo. Alegria se deve pela chegada do Senhor Jesus, que vem ao nosso encontro, apresentando-se na humildade e fragilidade de um Menino.

Não obstante o contexto atual, marcado pelas adversidades climáticas e guerras, em meio às inseguranças, temos a certeza de que o Salvador está próximo de nós, pois ele está conosco, Seu nome é Emanuel – Deus está conosco. A liturgia desse domingo nos convida a acolhermos com alegria o Senhor, pois Ele vem para nos salvar. Diz o Papa Francisco: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que encontram-se com Jesus. Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertos do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, a alegria renasce sem cessar.” (Evangelii Gaudium 1)

Prezados irmãos e irmãs. Em sua missão, o profeta Isaías, convicto da presença de Deus em sua vida, afirma: “O espírito do Senhor Deus está sobre mim” (Is 61,1). Ele se percebia guiado pelo espírito de Deus e, por isso, dizia abertamente: “O Senhor me ungiu e me enviou” (Is 61,1). Isaías fora ungido e enviado por Deus para uma missão libertadora. Sua missão consistia concretamente em levar a boa notícia aos humildes, em curar as feridas da alma, em pregar a redenção aos cativos e a liberdade aos presos, e proclamar o tempo da graça do Senhor. O profeta anuncia a chegada de um novo tempo, no qual as relações são totalmente transformadas. Quem provoca esta mudança é o “Espírito de Deus”, acolhido pelas pessoas em seus corações e vivido em suas relações. Diante da presença de Deus em sua vida, o profeta expandia sua alegria, dizendo: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus, pois ele me vestiu com as vestes da salvação e envolveu-me com o manto da justiça…” (Is 61,10).

Desse modo, recordemos Maria de Nazaré, a qual reconhecendo a presença salvadora de Deus entoou o hino do Magnificat, diante de sua prima Isabel, com as seguintes palavras: “A minha alma engrandece ao Senhor e se alegra o meu espírito em Deus, meu Salvador, pois ele viu a pequenez de sua serva (…) O poderoso fez por mim maravilhas, e santo é seu nome. Seu amor chega a todos os que o respeitam (…) De bens saciou os famintos…” ( cf.Lc 1,46-53). Assim sendo, Maria exalta a presença e a ação salvadora de Deus, não apenas em sua vida, mas na vida do povo de Israel e dos pobres de todos os tempos. Esta é sua profissão de fé. Ela crê num Deus que age, que desce e liberta o seu povo. É este Deus que, em Jesus, vem para salvar. Maria, foi mulher profética, pois acreditou num Deus libertador e trouxe para o seio da humanidade o profeta por excelência, Jesus de Nazaré, que desmascarou a hipocrisia dos falsos da sociedade.

Caros irmãos e irmãs. O Evangelho deste 3º Domingo do Advento centra a atenção em João Batista, o precursor do Messias. João Batista é apresentado como a testemunha que veio dar testemunho da Luz, o Cristo, a fim de que todos cheguem à fé por meio dele. João Batista era um homem muito simples no modo de se vestir, de se alimentar e de ser com as pessoas. Ele tinha a humildade de dizer: “Eu não sou o Messias” (cf. Jo 1,20). Por isso, afirmava com plena convicção de que “ele não era a Luz, mas viera para dar testemunho da Luz” (cf. Jo 1, 8). Com estas palavras de João Batista, depreende-se um grande ensinamento para nós, hoje: assim como João Batista, somos convidados a ser o que somos, e nada mais. Somos convidados a dar testemunho do Evangelho de Jesus. Diante de Deus o que conta é o testemunho. Lembremo-nos do seguinte ditado popular: “Palavras comovem, mas os exemplos arrastam”. O testemunho é o que mais enobrece uma pessoa. Afirma o Papa Paulo VI: “Os seres humanos de hoje creem mais nas testemunhas do que nos mestres e só creem nos mestres quando são testemunhas” (Evangelii Nuntiandi 41).

Em toda a sua missão, João Batista apontava sempre para Jesus. Primeiramente, ele se apresentava como “A voz que clama no deserto: Aplainai o caminho do Senhor” (cf. Jo 1, 23). Dessas palavras proféticas, destaca-se a importância da preparação para acolher o Senhor, ou seja, aquilo pelo qual somos convidados a vivenciar no Advento. João Batista, o Precursor, afirmava que Jesus era maior do que ele, e que o Esperado já estava no meio do povo. Assim afirma João: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias” (Jo 1, 26). Diante da chegada de Jesus, o Apóstolo Paulo nos diz: “Estai sempre alegres! Rezai sem cessar (…). Não apagueis o espírito” ( cf. 1Ts 5, 16.19)

Caríssimos irmãos e irmãs. Não nos deixemos abater, pois o Senhor vem para nos trazer a salvação e a paz. Alegremo-nos, pois o Senhor já está no meio de nós! Portanto: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 4,4).

Deus abençoe a todos, e bom domingo!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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