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Avicultura da região ainda não é afetada pela restrição das exportações

A crise na avicultura, em virtude da restrição da União Europeia a frigoríficos brasileiros, tem gerado problemas para o setor em Santa Catarina, inclusive na Aurora, que também opera na região do Alto Uruguai Gaúcho. A cooperativa anunciou férias coletivas e suspensão das atividades em dois frigoríficos, em Abelardo Luz a partir de 4 de junho, e em Guatambu, em 2 de julho.

Conforme a Aurora, não há nenhuma previsão de medida semelhante para o frigorífico de Erechim, e o alojamento de aves continua normal.

Em 19 de abril, a União Europeia anunciou a exclusão de 20 unidades de frigoríficos da lista dos que estão autorizados a exportar frango para o bloco comercial. Essas empresas representam cerca de 30% do total de frango exportado para a União Europeia. O motivo alegado para barrar a compra da carne brasileira foi a presença de salmonela em alguns lotes importados. O governo brasileiro rebate o argumento, pois diz que os tipos de salmonela encontrados desaparecem após o cozimento da carne. O ministro Blairo Maggi (Agricultura) afirmou que o bloqueio tem motivo comercial.

Nesta quarta-feira a Aurora emitiu nota dizendo que em face do difícil momento que vive o mercado de proteína animal no Brasil, a Cooperativa dará férias coletivas no período de 30 dias à unidade industrial de abate de processamento de aves de Guatambu no período de 2 a 31 de julho deste ano.

O Frigorífico Aurora Guatambu (FAG) é uma das oito indústrias avícolas operadas pela empresa. Emprega 1.283 trabalhadores e abate 29,5 milhões de frango por ano, o que representa 11,8% do abate total da Aurora.

Essa é a segunda planta programada a entrar em regime de férias coletivas. A primeira é a de Abelardo Luz, que suspenderá provisoriamente as atividades industriais no dia 4 de junho. Ali, são empregados 1.391 trabalhadores para o abate de 33,5 milhões de frangos por ano, contribuindo com 13,4% do abate total da Aurora.

A empresa informa que não está prevista a demissão de trabalhadores e que a interrupção não atingirá, simultaneamente, mais de uma planta.

Conforme a Aurora, em face da complexidade da cadeia produtiva, é necessário adotar de forma antecipada e planejada os procedimentos para efetivar-se a paralisação temporária. São necessários 63 dias para diminuir a geração de ovos férteis, a produção de pintos, o alojamento e o abate, harmonizando essas fases com a suspensão das atividades da unidade que entrará em férias coletivas. Isso evita o descarte de ativos biológicos.

“A medida tornou-se inadiável em razão dos percalços que afetam o mercado internacional e impactam todas as companhias avícolas brasileiras desde agosto do ano passado. O quadro agravou-se no último bimestre de 2017, quando várias empresas foram desabilitadas a exportar para a Europa. No mesmo período, a Rússia, que representava um grande comprador de produtos cárneos, suspendeu as importações. A conjugação desses dois episódios produz o efeito de oferta excessiva e deterioração de preços”, informa a cooperativa.

A cooperativa diz ainda que por outro lado, o suprimento do milho, um dos principais insumos da avicultura industrial, passa por um período de retenção especulativa, cujo efeito é o inflacionamento artificial de seu preço. “Essa situação agrava as dificuldades do setor e força as agroindústrias a obter no exterior o milho para a manutenção dos quase 520 milhões de aves alojadas em todo o País”.

Em consequência desse cenário, grande parcela da produção nacional destinada à exportação acabou permanecendo no mercado doméstico. Nesse estágio, a capacidade de armazenagem à frio, própria e de terceiros, chega ao seu limite, tornando-se imperiosa a necessidade de reduzir temporariamente a produção.

“A Aurora Alimentos avaliará e decidirá em julho se haverá necessidade de colocar uma terceira planta industrial em férias coletivas. Enquanto isso espera que o Governo Federal obtenha sucesso na defesa técnica e política do setor da proteína animal, buscando o restabelecimento dos fluxos comerciais internacionais tão duramente conquistados pela indústria brasileira da carne”, encerra.

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