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Nova linhagem do vírus da covid-19 no Brasil: processo de mutação é normal, dizem cientistas

O anúncio de que cientistas brasileiros descobriram uma nova linhagem do vírus da covid-19 no Estado do Rio de Janeiro não necessariamente deve ser motivo de preocupação. Pesquisadores afirmam que mutações acontecem com qualquer vírus, e o novo coronavírus já passou por várias desde que começou a circular no país.

Já se identificou que pelo menos 19 linhagens do coronavírus circulam em território brasileiro. O Laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, é um dos locais com cientistas trabalhando em sequenciamentos para identificar e controlar o percurso do vírus no país.

Especialistas apontam que os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo concentram as linhagens predominantes. O Rio tem a maior concentração da linhagem B.1.1.33, que já correu países como Portugal, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Austrália. Também foi identificada a linhagem na Argentina, no Uruguai e no Chile.

Linhagem é o nome que os pesquisadores dão a um grupo de vírus que contém várias mutações em comum. Mutações acontecem com qualquer vírus, e o novo coronavírus já passou por uma média de uma ou duas novas versões a cada mês, segundo os cientistas – o que nem sempre significa um problema.

Para Natália Pasternak, doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência, esses processos não precisam gerar preocupação:

— Mutação é normal. E tem muitas linhagens do vírus circulando. O coronavírus não tem uma taxa de mutação tão alta quanto, por exemplo, um vírus da gripe ou HIV. Ele muda como todos os vírus.

Sobre a nova linhagem com mutação do vírus da covid-19 descoberta no Rio de Janeiro, os pesquisadores ainda investigam se é mais transmissível, relata Amilcar Tanuri, um dos autores do trabalho e coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Se essa forma identificada no Rio se propagar, realmente, com mais facilidade, poderia explicar parte do aumento de casos registrado no Estado desde novembro, diz o professor titular da UFRJ.

— Salientamos que não há motivo para pânico. Vírus estão sujeitos a mutações. A identificação dessa linhagem mostra que devemos intensificar a testagem e a vigilância genética. A descoberta também evidencia a importância das medidas de distanciamento social e o uso de máscara — destaca Tanuri.

Assim como a linhagem recém-descoberta no Reino Unido, 94% das amostras pertencentes a esta variante do Rio têm uma mutação, chamada E484K, no gene da chamada proteína S.

A nova linhagem identificada no Rio de Janeiro foi identificada por meio de sequenciamento genético, com amostras sequenciadas pelo Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis. O estudo contemplou 180 genomas do Sars-CoV-2 em circulação no Rio. Dos 180 genomas, 38 tinham mutações que indicam se tratar de uma nova linhagem, explica Vasconcelos, e 60% dos genomas são do município do Rio de Janeiro.

— Não temos evidências de que essa mutação represente um perigo maior. Mas ela mostra que o coronavírus circula com intensidade, que as medidas de distanciamento social e a vigilância são fundamentais — explicou a pesquisadora Ana Tereza Vasconcelos, em entrevista ao jornal O Globo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou, nesta terça-feira (22), que vai reunir seus membros para discutir estratégias para conter uma nova variante, mais contagiosa, do coronavírus, que surgiu no Reino Unido. A informação foi divulgada pelo chefe europeu da OMS, Hans Kluge. Não há, no entanto, data para o encontro.

SourceGZH
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